Cavernas: conhecer, o primeiro passo para preservar

Patrícia Santos Dumont - Do Hoje em Dia
09/09/2012 às 10:32.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:07
 (Proape/UFOP)

(Proape/UFOP)

Grutas e cavernas do entorno de Arcos, Pains, Doresópolis e Iguatama, no Centro-Oeste de Minas, ganharam um estudo específico, elaborado por órgãos estaduais e federais, para diagnosticar as especificidades ambientais e apontar deficiências e necessidades.  O Projeto Arcos Pains Espeleologia, uma medida compensatória aplicada à Gerdau Açominas, começou em setembro de 2010 e foi apresentado, no mês passado, ao Ministério Público Federal (MPF) e à população.   Interesses Historicamente, a área, que abrange também parte das cidades de Arcos, Córrego Fundo, Formiga, Pium-í e Bambuí, é caracterizada pela ocorrência maciça de estratos de rochas calcárias com importante potencial econômico para a produção de cimento, cal e corretivo de solo. Entretanto, está sob constante ameaça devido ao conflito de interesses entre a preservação e a indústria extrativa.    “Por meio do estudo, pudemos mapear todas as cavernas e fazer um levantamento detalhado das cavidades, dos sítios arqueológicos e paleontológicos e da fauna e da flora”, diz o coordenador técnico do projeto, Cláudio Maurício Teixeira da Silva, professor da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).   Também fazem parte do estudo fragmentos de mata, de empreendimentos minerários, dos depósitos de resíduos sólidos e das áreas ambientalmente sensíveis e importantes para o equilíbrio ecológico. O projeto tem como principal objetivo permitir um gerenciamento complexo e levar ao conhecimento dos órgãos de fiscalização e da população dados sobre espeleologia, a atividade mineratória e a ampla exploração e ocupação do solo local. A área estudada tem 130 mil hectares.


Raio X inclui análise de fragmentos de mataSensíveis    Das 854 cavidades cadastradas, 17 foram caracterizadas como ambientalmente sensíveis, diz o gerente de Produção Sustentável da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Antônio Malard.   “O resultado, além de apontar o valor ambiental dos locais, também mostra a necessidade e a importância urgente de se fazer um plano de ação especificamente voltado para a região”, afirma. Ele acredita que o projeto seja o ponto de partida para a criação de unidades de conservação.  A iniciativa surgiu a partir de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre a Gerdau, o MPF e o Ibama, que sugeriu a aplicação de R$ 800 mil na área de Pains.   O mapeamento e o estudo serão repassados a empreendedores e órgãos licenciadores. A assessoria da Gerdau Açominas não indicou fonte para comentar o assunto. 

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