Cegos em busca do ir e vir com segurança em Belo Horizonte

Izabela Ventura - Do Hoje em Dia
21/08/2012 às 07:28.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:37
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Deficientes visuais aguardam a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) tirar do papel a Lei 10.442, que autoriza o poder público municipal a instalar semáforos sonoros na capital. Os dispositivos proporcionariam mais segurança e independência aos cegos que vivem em BH. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 430.328 pessoas nessas condições na cidade.

Sancionada pelo prefeito Marcio Lacerda em 28 de março de 2012, a lei deveria ter sido regulamentada em 90 dias. Ou seja, o prazo terminou em 28 de junho. Os equipamentos servem para auxiliar a travessia, em vias de grande movimento, de quem não enxerga ou tem baixa visão e mobilidade reduzida.


Funcionamento

Quando a luz verde para pedestres acende, o equipamento emite um som com uma frequência específica, que muda quando o farol está prestes a fechar novamente. O sinal é completamente interrompido quando o semáforo fica vermelho.

Vice-diretor do Instituto São Rafael, Antônio José de Paula afirma que, antes de espalhar os dispositivos pela cidade, a prefeitura deve fazer um estudo detalhado de cada local.

Na opinião dele, em vias muito largas, com grande fluxo de veículos e onde motoristas não têm boa visualização dos caminhantes, os semáforos podem comprometer a segurança dos deficientes. “Ao fazer uma conversão, por exemplo, os motoristas não percebem a presença dos pedestres a uma distância segura”, diz.


Em alto e bom som

Essa foi a razão do pedido para a retirada do antigo sinal sonoro que ficava em frente ao instituto, na avenida Augusto de Lima com Contorno. “O sinal sonoro tem que ser audível de uma lateral a outra da rua”, lembra Antônio de Paula, que também é coordenador de habilitação e reabilitação da escola, especializada em deficiência visual e em outras deficiências associadas.

Outra dificuldade dos cegos nas ruas em BH é localizar a faixa de pedestres a partir dos passeios. Elas são identificadas com pisos táteis, assim como as faixas direcionais, porém o alto relevo tem bolinhas.

Para Antônio, o piso que indica a travessia é estreito e “solto” na rua. “Ele deveria emendar com a faixa direcional, para sabermos que por ali podemos atravessar. É apenas um detalhe, mas faz toda a diferença”.

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