Cemitério da Paz pode ter crematório; PBH retoma discussão sobre implantação do serviço

Simon Nascimento
scruz@hojeemdia.com.br
03/10/2018 às 06:00.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:46
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

O Cemitério da Paz, na região Noroeste de Belo Horizonte, poderá ser a primeira necrópole pública da capital mineira a oferecer a cremação. Esse é um dos pontos a serem discutidos por grupo instituído oficialmente ontem pela prefeitura, conforme publicação no Diário Oficial do Município (DOM). Os trabalhos devem durar cerca de dois anos e meio, e ainda não está definido se o novo serviço estará disponível antes desse período.

A proposta integra uma lista de ações de modernização dos cemitérios públicos da metrópole, que também abrangem o Bonfim (Noroeste), Consolação (Norte) e Saudade (Leste). Levantamento inicial indica investimentos em torno de R$ 18 milhões.

R$ 8,9 mil é o valor mínimo cobrado pela cremação realizada pelo único cemitério particular que oferece o serviço na capital mineira

A discussão sobre a implantação de um crematório gratuito na cidade é antiga. Em março de 2013, foi aberta uma licitação para escolher a empresa que ficaria responsável pela construção dos fornos. O projeto, no entanto, não avançou.

A alternativa é, inclusive, apontada por especialistas como a menos prejudicial ao meio ambiente. No caso do sepultamento tradicional, de acordo com o professor Raphael Tobias Barros, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMG, um dos problemas é o chorume. 

O líquido, que é um tipo de gordura liberado pelo corpo durante a decomposição, pode vazar do caixão e contaminar o lençol freático. Além disso, há emissão de gases carbônico e metano, que provocam mau cheiro.

O grupo de trabalho é formado por membros das secretarias municipais de Fazenda, de Planejamento Orçamento e Gestão e da Fundação de Parques e Zoobotânica

Espera

Além dos benefícios ambientais, a proposta agrada aos que têm jazigos na necrópole da Paz. É o caso do aposentado Lenilson Lopes da Fonseca, de 62 anos. “Eu gostaria de ser cremado, e é muito melhor ter a oferta pública do serviço. Afinal, a gente já paga por tudo isso nos impostos”, disse.

Mas, até que o serviço seja disponibilizado serão necessários estudos de viabilidades técnica, financeira e ambiental. “É um plano da prefeitura, mas não para se fazer num primeiro momento”, frisou Wellington Geraldo da Silva Correa, da Diretoria de Necrópoles da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica.

Prioridade

A prioridade agora, segundo o gestor, é revitalizar todos os quatro cemitérios públicos da cidade. O grupo de trabalho da PBH vai debater obras de manutenção e reformas dos espaços.

Segundo Wellington Geraldo, levantamentos realizados pelo órgão identificaram a necessidade de informatização da documentação, além da conclusão de intervenções inacabadas. Há previsão, ainda, de melhorias na iluminação e vigilância.

Serviços de capina, manutenção e limpeza nas áreas dos jazigos e pintura dos velórios já estão sendo realizados.Editoria de Arte

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