Cerca de 900 mineiros participam do mutirão 'direito a ter pai'

Hoje em Dia
29/10/2015 às 08:56.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:15

Rafael, 26 anos, queria o reconhecimento do pai, o motorista José Carlos, e se inscreveu em um mutirão realizado pela Defensoria Pública de Minas Gerais, em 2014. Mas deixou o local decepcionado porque José Carlos não compareceu. Este ano, o morotista quem se inscreveu, na esperança que o filho compareça para que essa dúvida seja esclarecida. Mas não parou por aí, José Carlos também está agendado para o reconhecimento de Ingrid, uma jovem de 19 anos que também pode ser filha dele, fruto de um relacionamento que durou seis meses. “Fiquei sabendo por terceiros algum tempo depois e deixei pra lá, pois não tinha dinheiro para o DNA”. Há cerca de quatro anos, José encontrou, por acaso, a ex-namorada no ônibus e, ao perguntar sobre a suposta filha, obteve a confirmação.

O sonho de ter um pai será realizado por pelo menos 900 pessoas em cidades mineiras, a partir das 8 horas da manhã desta quinta-feira (29). A Defensoria Pública faz mais um mutirão nesta data para reconhecer a paternidade de pessoas de 34 comarcas. Serão realizados gratuitamente exames de DNA, com coleta feita por profissionais de saúde; reconhecimento extrajudicial de paternidade, com lavratura de certidão de nascimento imediata.

Foram cadastrados solicitantes de diversos lugares de Minas Gerais: Além Paraíba, Araguari, Baependi, Barbacena, Betim, Campanha, Cássia, Cataguases, Conselheiro Lafaiete, Divinópolis, Governador Valadares, Ipatinga, Ituiutaba, Iturama, Jaboticatubas, Juiz de Fora, Montes Claros, Muriaé, Nova Lima, Passos, Patos de Minas, Pedro Leopoldo, Pitangui, Poços de Caldas, Ponte Nova, Pouso Alegre, Sabará, São Lourenço, Sete Lagoas, Teófilo Otoni, Uberaba, Uberlândia, Viçosa (nesta comarca o mutirão será no dia 26/10) e Varginha.

A ação também envolve à conscientização do pai sobre a importância de seu papel na formação do filho e busca promover o reconhecimento da paternidade e, em especial, a aproximação das crianças com seus pais, ainda nos primeiros anos de vida, de modo a evitar os transtornos e estigmas que o reconhecimento tardio pode ocasionar. Sua finalidade maior é estabelecer vínculos de afetividade e não apenas vínculos genéticos.

Na capital, até o momento estão inscritas 250 pessoas, sendo 215 para realização do exame de DNA e 35, para reconhecimento espontâneo. Vinte e uma pessoas estão no cadastro reserva e farão o exame de DNA, na medida da desistência ou não comparecimento ou dos primeiros inscritos.

A ação conta com o apoio do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), da Secretaria Estadual de Saúde, Associação dos Defensores Públicos de Minas Gerais (Adep-MG) e Sincor-MG, além dos parceiros locais nos municípios onde o mutirão será realizado.

O mutirão acontece desde 2011 e já atendeu 19.807 pessoas em todo o Estado, tendo sido realizadas 3.453 coletas de material genético para exames de DNA e 970 reconhecimentos espontâneos de paternidade, sem necessidade de advogado e sem custos para o pai ou a mãe.

Em Belo Horizonte, o ato começou às 8 horas e vai até às 18 horas, na sede da Defensoria Pública localizada na Rua Bernardo Guimarães, 2640, no Bairro Santo Agostinho.

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