Cerimônia oficializa a união de casais sem condições de arcar com despesas

Malú Damázio
mdamazio@hojeemdia.com.br
23/06/2017 às 06:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:12
 (FERNANDA CARVALHO)

(FERNANDA CARVALHO)

Em três décadas, o pedreiro Adermo Diniz, de 61 anos, e a dona de casa Rosalina Silva Nobre, de 63, criaram cinco filhos, 16 netos e quatro bisnetos na capital mineira.

A parceria, no entanto, nunca foi selada oficialmente, nem na igreja tampouco em cartório, devido a questões financeiras. Agora, aos 33 anos de relacionamento, Adermo e Rosalina, finalmente, tiveram a chance de se casar. 

Eles selaram o duradouro matrimônio, nesta sexta-feira (23), no casamento comunitário realizado pela Defensoria Pública de Minas Gerais. Outros 999 casais também participaram da cerimônia. Vestidos a caráter, noivos e noivas receberam os papéis assinados gratuitamente.

Responsável pelo projeto, a defensora pública Michelle Lopes Glaeser destaca que o casamento comunitário visa atender pessoas que não têm condições econômicas de arcar com as taxas.

Esta é a segunda edição do casamento comunitário em BH; cerimônia foi realizada nesta sexta-feira (23), às 9h30, no Mineirinho

Além de garantir os direitos de herança e divisão de bens, a defensora ressalta que a iniciativa tem importância social. “Eles firmam um compromisso de lealdade e de respeito perante a sociedade. Isso proporciona uma satisfação para o casal”, afirma Michelle Glaeser.

Rosalina, que já tinha quatro filhos de um relacionamento anterior, sempre quis oficializar os votos com Adermo. “Estivemos juntos na luta da vida, mas deixamos para casar depois. É algo que sentia falta. Mas nunca é tarde. Agora conseguimos”, conta.MAURICIO VIEIRA / N/A

Rosalina e Adermo participaram da cerimônia

Final Feliz

Aos 27 anos, a assistente financeira Emanuelle de Moura já achava que o casamento era um sonho distante. O namorado, Lucas Furtado Corrêa, de 23, não era muito fã da ideia. O relacionamento, que começou na adolescência, chegou ao fim em janeiro, após 7 anos. “Nós morávamos juntos e ele não queria casar”. 

O término, que poderia representar o ponto final de uma longa história por ser escrita, mostrou ser apenas o início de uma nova fase na vida do casal.

“Ele me procurou para voltar um mês depois e, quando ouviu sobre a cerimônia comunitária, me ligou pedindo em casamento”, conta Emanuelle.

O agora esposo explica que, ao decidir reatar a relação, resolveu que “faria tudo certinho dessa vez”.

Cerimônia completa

A cerimônia contou com a entrada dos noivos em tapete vermelho, marcha nupcial, troca de alianças, bênção ecumênica, entrega das certidões de casamento e sorteio de presentes.

Em 2015, a Defensoria Pública de Minas Gerais promoveu a primeira edição do casamento na capital, beneficiando 619 casais. 

Economia

Outras edições do evento foram promovidas no interior do Estado. Se o casamento não fosse realizado de forma gratuita, os trâmites do cartório custariam para os noivos, em média, R$ 500, mais os gastos com a cerimônia. Todos os participantes tiveram que fazer uma inscrição, que terminou no mês passado.

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