Chuva acentua infiltrações e Iepha também recomenda a retirada de obras da Igrejinha da Pampulha

Liziane Lopes
llopes@hojeemdia.com.br
28/12/2016 às 11:33.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:14

Após recomendação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para retirada de três quadros de Candido Portinari da Igrejinha da Pampulha por causa da umidade, técnicos do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) afirmam que identificaram o agravamento das infiltrações. "Mesmo sem danos diretos à Via-sacra, os quadros correm risco em função do excesso de umidade e gotejamento de água no interior da igreja, ocasionados  pela intensificação das chuvas neste período", informou o Iepha.

Os técnicos vistoriaram a Igreja de São Francisco de Assis na última sexta-feira (23) e informaram que também recomendam a retirada das obras. Mas a decisão será feita em conjunto com todos os órgãos competentes e com acompanhamento do Ministério Público, considerando o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado no último dia 19 de dezembro. Ainda conforme o Iepha, uma nota técnica resultante da vistoria será encaminhada para agendamento de reunião entre Iepha, Iphan, Prefeitura, Cúria e Paróquia.

A recomendação do Iphan foi resultado da vistoria feita no templo pela equipe do Instituto, no dia 19 de dezembro. Nessa terça-feira (27), a superintendente do Iphan em Minas, Célia Corsino, informou ao Hoje em Dia que três obras de Portinari começaram a ser afetadas. "Nós estamos na época da chuva. Então, naturalmente, se pingar dentro da igreja, não vai ser uma surpresa", alertou a superintende.

A Arquidiocese comunicou que não tem conhecimento de nenhum quadro afetado pelas infiltrações, apesar das fortes chuvas dos últimos dias. Segundo a coordenadora geral do Memorial da Arquidiocese, Maria Goreth Gabrich, eles ainda não foram comunicados sobre as conclusões do Iphan. Mas adiantou que vai atender todas as determinações feitas pelos órgãos de cultura. "Se for colocada a necessidade de retirada dos quadros, vamos cumprir. Se eles pedirem para retirar, vamos retirar todos", explicou Gabrich. 

Por causa dos temporais, os 14 quadros de Candido Portinari são cobertos toda noite como medida de prevenção segundo a coordenadora geral do Memorial da Arquidiocese. E sempre que chove, funcionários da igrejinha são orientados a colocar as capas protetoras nas obras.  "Além disso, durante o período chuvoso, estamos mandando um técnico aqui toda semana, para fazer esse acompanhamento", conta. Por isso, uma pessoa sempre fica dentro da igreja para escorrer a água e evitar infiltração.

 Wesley Rodrigues/Hoje em Dia / N/AGoreth Gabrich explica que capas de proteção são colocadas nos quadros de Portinari sempre que chove 

Uma reunião está prevista para o próximo dia 9 de janeiro entre Iphan, Iepha e Fundação Municipal de Cultura. A expectativa é que os órgãos apresentem relatórios das vistorias realizadas e sugestões de soluções para preservar as obras de arte. 

Os trabalhos de vistoria fazem parte das ações firmadas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC),  durante uma audiência no Ministério Público de Minas Gerais, no dia 16 de dezembro. No final da reunião, a Arquidiocese se comprometeu em monitorar o estado da capela, especialmente do forro que reveste o teto e das obras de arte que se encontram no interior. Além de garantir a presença máxima de 150 pessoas durante a realização dos casamentos. 

Também ficou definido que a igreja ficará disponível para a restauração a partir do dia 20 de novembro de 2017. "A gente queria fazer a obra em março. Agora agente só pode fazer em 2018. Então em 2017, vamos ter que monitorar essa situação", afirmou Célia Corsino, superintendente do Iphan em Minas.

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