Ciência elege top 10 das novas espécies descobertas em 2015

Hoje em Dia
22/05/2015 às 09:30.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:10
 (Reprodução)

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Um comitê de especialistas elegeu as dez novas espécies mais interessantes entre as mais de 18 mil descobertas nos últimos 12 meses no mundo.

A lista Top 10 das Novas Espécies é publicada desde 2008 pelo Suny College of Environmental Science and Forestry, uma das principais instituições voltadas para a ciência ambiental nos Estados Unidos.

Descoberto nos Estados Unidos, o Anzu wyliei, um dinossauro emplumado que ficou conhecido como Galinha do Inferno, era carnívoro, tinha 1,5 metro de altura e um bico semelhante ao dos papagaios. Nas Filipinas, o Balanophora coralliformis, uma planta parasita ameaçada de extinção, tem a aparência de um coral, mas vive a 1.500 metros de altitude. A aranha Cebrennus rechenbergi, encontrada nos desertos do Marrocos, destaca-se pela estratégia de defesa: quando o perigo aparece, ela escapa dando cambalhotas, que dobram a velocidade de sua fuga.

Na Austrália, a Dendrogramma enigmatica, encontrada no mar a mil metros de profundidade, é um animal multicelular parecido com um cogumelo, cujo corpo é uma haste de 8 milímetros, com uma extremidade em forma de um disco e uma boca na outra ponta. A vespa Deuteragenia ossarium, encontrada na China, tem uma estratégia sinistra para proteger sua prole: deposita aranhas mortas ao redor do ninho para alimentar os ovos e depois sela a entrada com formigas mortas.

Na Indonésia, a rã Limnonectes larvaepartus é uma notável exceção entre os anfíbios, porque, em vez de botar ovos, dá à luz girinos desenvolvidos, que são depositados diretamente na água. O Phryganistria tamdaoensis, descoberto no Vietnã, é uma nova espécie de bicho-pau gigante, que chega a 23 centímetros de comprimento.

Um dos mais belos animais da lista é uma lesma do mar encontrada no Japão - o Phyllodesmium acanthorhinum, considerado o elo perdido entre as lesmas que se alimentam de corais e as que comem outros invertebrados marinhos. Também no Japão foi descoberto o peixe Torquigener albomaculosus, que desenha, no fundo do mar, intrincados desenhos circulares com detalhes geométricos de dois metros de diâmetro. Os círculos, que intrigavam os cientistas antes da descoberta do novo peixe, são produzidos para atrair as fêmeas e servir como ninho.

A Tillandsia religiosa, uma bromélia de 1,5 metro de altura, é usada em algumas regiões do México para compor a construção de presépios no Natal, mas só agora os taxonomistas descobriram que se trata de uma espécie ainda não descrita pela ciência.
 

O Top 10 de 2015

10. Dinossauro emplumado (Anzu wyliei)

Com uma mistura de pássaro e dinossauro, Anzu wyliei pertence ao grupo que viveu na América do Norte. Contemporâneo do famoso T. Rex e Triceratops, esta espécie fazia ninhos e sentava-se sobre os ovos até que eles chocassem. Entre as suas características de pássaro estavam coisas como penas, ossos ocos e um focinho curto com um bico de papagaio. Estes onívoros parecem ter vivido em várzeas comendo vegetação, animais pequenos e possivelmente ovos também. Três esqueletos parciais bem preservados foram descobertos nos Estados Unidos. Como se parece com uma galinha gigante, este novo dinossauro foi apelidado de “galinha do inferno”. Só que tinha 1,5 m de altura e pesava algo em tono de 300 kg.

09. Coral Flora (Balanophora coralliformis)

Esta planta parasita, descoberta e considerada em perigo quase imediatamente, tem uma ramificação incrível e textura áspera em seus tubérculos que ficam acima do solo. Esses tubérculos peculiares dão a este parasita uma aparência de coral.
Plantas parasitas não contêm clorofila e são incapazes de fazer fotossíntese, assim elas têm que tirar sua nutrição de outras plantas vivas. Esta espécie é, até agora, conhecido a partir de menos de 50 plantas, todos encontrados entre 1.465 m e 1.735 m de altitude na encosta sudoeste da montanha Mingan em áreas de florestas cobertas de musgo. Como tão poucas plantas são conhecidas por existir em áreas tão hostis, os cientistas acreditam que a espécie corre sérios perigos de extinção.

08. A aranha ginasta (Cebrennus rechenbergi)

Este aracnídeo ágil do deserto usa um truque de ginasta para escapar de situações ameaçadoras: ele dá cambalhotas charmosas. Quando o perigo se aproxima, a aranha assume uma postura ameaçadora primeiro – para tentar afastá-lo. Se o perigo persiste, a aranha corre e, em seguida, dá um show de ginástica olímpica. E o terreno não é um desafio: a aranha pode girar em espaços planos, bem como subindo e descendo colinas.

07. O X-Phyla (dendrogramma Enigmatica)

Dendrogramma Enigmatica é uma espécie de animais multicelulares que se parecem um pouco com cogumelos, com uma boca na extremidade da “pressa” e a outra extremidade em forma de um disco achatado.

06. Deuteragenia ossário

Este inseto, que chega a até cerca de 15 milímetros, tem uma forma única para proteger sua prole. Eles constroem ninhos com várias células, cada uma separada por uma micro barreira. Então, elas matam aranhas e colocam uma em cada célula, para fornecer alimento para o desenvolvimento de seus filhotinhos. Uma vez que seu ovo é colocado, ela preenche o ninho com até 13 corpos de aranhas mortas, criando assim uma barreira química para o ninho. Este é o primeiro animal conhecido por ter esta abordagem para garantir a sobrevivência do ninho. A espécie, encontrada no leste da China, tem taxas de parasitismo significativamente mais baixas do que outras vespas semelhantes.

05. Sapo Indonésio (Limnonectes larvaepartus)

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Toda regra tem uma exceção. E as mais novas espécies de rã é uma dessas. Ao contrário de outras rãs, a Limnonectes larvaepartus, da ilha de Sulawesi, na Indonésia, dá à luz girinos que são depositados em piscinas de água. Em uma ocasião, inclusive, uma fêmea deu à luz um girino na mão de um cientista no momento em que foi capturado. Menos de uma dúzia de 6.455 espécies de sapos do mundo têm fecundação interna, exceto esta nova espécie botam ovos fertilizados ou dão à luz minúsculos girinos. As espécies têm cerca de 40 mm e é encontrada na península setentrional da ilha na borda ocidental do Núcleo Central. A região não foi totalmente explorada para saber mais sobre esses sapos, de modo que a extensão da gama desta espécie ainda não é conhecida. Os sapos vivem em habitats florestais naturais e degradados, muitas vezes em áreas ocupadas por outras espécies do mesmo gênero. Os sapos são encontrados em vegetação gramínea ou em substratos rochosos.

04. Bengala (Phryganistria tamdaoensis)

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Apesar de não ser o mais longo do mundo, ele pertence a uma família conhecida como “paus gigantes”. Pega mal falar assim, mas, cá entre nos: impressiona. O Phryganistria tamdaeoensis já deu provas convincentes de que, apesar de seu tamanho, a descoberta dessas varas gigantes mestres da camuflagem ainda está longe de terminar.

03. Sea Slug (Phyllodesmium acanthorhinum)

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Para esta lesma do mar, a competição Top 10 foi mais do que um concurso de beleza. Ela representa um “elo perdido” entre lesmas do mar que se alimentam de hydras e as especializadas em corais. Gastrópodes não ficam mais fotogênicos do que lesmas do mar, cujas linhas e cores vivas tornam o fundo do mar mais gracioso. Esta nova espécie também contribuiu para uma melhor compreensão da origem de uma simbiose incomum em outras espécies do gênero

02. Bromélia (Tillandsia religiosa)

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Tillandsia religiosa, com seus picos de cor-de-rosa e folhas verdes planas, podem ser encontradas crescendo a até 1,5 m de altura em habitat rochoso em regiões do norte de Morelos, no México.

01. Pufferfish (Torquigener albomaculosus)

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Os cientistas recentemente resolveram um mistério de 20 anos de idade, sob o mar e descobriu um novo peixe. Eles foram encontrados no fundo do mar ao largo da costa de Amami-Oshima Island, e eram tão estranhos e inexplicáveis que deixaram todo mundo de boca aberta. Eles vivem dentro de círculos minuciosamente cavados.

Eles são na verdade uma nova espécie de baiacu, chamada de Torquigener albomaculosus. Os machos constroem círculos como ninhos de desova e se contorcendo na areia do fundo do mar. Os ninhos, usados apenas uma vez, são feitos para atrair as fêmeas. Os ninhos têm bordas duplas e depressões que irradiam em uma geometria curiosa. Os cientistas também descobriram que as cristas e ranhuras desses círculos servem para minimizar a corrente oceânica no centro do ninho.

Isso protege os ovos das águas turbulentas e, possivelmente, de predadores também. Yoji Okata, um fotógrafo subaquático, foi o primeiro a observar esse comportamento artístico. Posteriormente, uma equipe de televisão realizou uma expedição para registrar o fenômeno.
Nós agradecemos de coração essas belas imagens.

(*) Com Hype Science

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