Área hospitalar e bairro Cachoeirinha podem ter velocidade máxima de 30 km/h

Daniele Franco
dfmoura@hojeemdia.com.br
27/08/2018 às 17:17.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:08
 (André Brant/Arquivo Hoje em Dia)

(André Brant/Arquivo Hoje em Dia)

A partir do próximo ano, a área hospitalar, na região Leste de Belo Horizonte, e o bairro Cachoeirinha, na região Nordeste, podem se transformar em Zonas 30, ou seja, áreas de trânsito onde a maioria das vias tem velocidade máxima de 30 km/h.

O plano nasceu de uma parceria entre a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da BHTrans, e a cidade de Bremen, na Alemanha, e busca melhorar a mobilidade na capital mineira e trazer mais segurança aos pedestres e ciclistas.

Eveline Trevisan, coordenadora de sustentabilidade e meio ambiente da BHTrans, e pessoa à frente do projeto, conta que a ideia existe desde 2012 e que uma iniciativa foi pensada em 2015, com a mesma parceria, mas não emplacou. “Em 2017, quando a atual gestão assumiu a prefeitura, foram lançados alguns desafios aos órgãos públicos e um dos lançados à BHTrans foi o de criar projetos de Zonas 30 em áreas escolares fora da área central”, complementou.

O plano para as duas áreas da cidade começou a ser consolidado durante o workshop internacional “Connective Cities: discutindo as Zonas 30 e uma cidade viável para todas e todos”, que trouxe quatro especialistas alemãs que vão pensar no pontapé inicial para a concretização do projeto.

“A região hospitalar foi escolhida por ser um local de grande circulação de pedestres e, muitas vezes, com dificuldade de locomoção. No bairro Cachoeirinha nós já havíamos feito estudos para cumprir o desafio do prefeito e percebemos um bom terreno para a experiência, por ser um lugar com três escolas, um asilo e uma igreja, com bastante gente andando a pé”, explicou Eveline.

As mudanças no limite de velocidade devem acontecer somente em vias internas dos bairros, não nas de ligação regional. “Esse é o ponto que diferencia o nosso projeto do que aconteceu em São Paulo. Lá a redução foi feita nas vias marginais e aqui será nas vias internas dos bairros, que são lugares com grande circulação de pedestres e ciclistas”.

Desafio

A implementação de um projeto como este vem atrelada a uma série de desafios. “Nossa principal preocupação é mostrar à população que a adoção de Zonas 30 não traz nenhum prejuízo ao tráfego, muito pelo contrário”, destaca Eveline.

O projeto é baseado, além de experiências bem-sucedidas, em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) que trazem dados consistentes sobre diminuição de acidentes em zonas de baixa velocidade. Segundo um estudo do órgão, “um pedestre tem menos de 20% de probabilidade de morrer se atropelado por um automóvel que circula a menos de 50 quilômetros por hora, mas quase 60% de possibilidade de morrer se atropelado a 80 quilômetros por hora”.

A previsão, de acordo com a coordenadora, é de que haja um financiamento alemão para a implementação do projeto já no próximo ano. A equipe de mobilidade ativa da BHTrans, que trabalha no projeto, tem até o fim do ano para entregar o plano de ação detalhado aos alemães.

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