Belo Horizonte ganha coordenadoria de direitos LGBT

Malú Damázio
mdamazio@hojeemdia.com.br
17/02/2017 às 13:12.
Atualizado em 15/11/2021 às 23:02
 ( Luiz Costa/ Arquivo Hoje em Dia)

( Luiz Costa/ Arquivo Hoje em Dia)

A partir da próxima semana, lésbicas, bissexuais, transgêneros, travestis, transexuais e gays ganharão um reforço na luta contra a discriminação e pela defesa de direitos em Belo Horizonte. Foi criada a Coordenadoria dos Direitos da População LGBT, pertencente à Secretaria Municipal de Políticas Sociais. O órgão será responsável por reunir a elaboração e a execução de políticas públicas destinadas ao grupo, na capital mineira. O decreto foi publicado no Diário Oficial do Município nesta sexta-feira. 

O órgão atende a uma demanda antiga da população LGBT de Belo Horizonte e será responsável por atender às vítimas de violência e agressão por orientação sexual e criar pesquisas e campanhas de conscientização para inclusão da minoria na sociedade e no mercado de trabalho. 

A formação da coordenadoria foi fruto de discussão entre entidades LGBT municipais e nacionais, o prefeito Alexandre Kalil e a secretária de Políticas Sociais, Maíra Colares, em reunião na tarde de ontem (16). O grupo apresentou à administração municipal as principais pautas do movimento de minoria e o governo se comprometeu a fortalecer o Centro de Referência da Diversidade Sexual e a apoiar a realização da 20ª edição da Parada do Orgulho LGBT de BH, no dia 16 de julho.

Para o diretor do Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (Cellos MG), Bruno Alves, a criação da coordenadoria é um avanço histórico no reconhecimento das demandas da população LGBT. Ele explica que a principal conquista do grupo é ter uma única instância que concentre as ações destinadas ao público no município. 

“Nossa grande luta foi que houvesse uma instância unificada de articulação para pensar a política em Belo Horizonte. As pautas LGBT não estão só em um único setor: elas abrangem questões de saúde; de educação com um ensino democrático, plural; de segurança pública, com reconhecimento da homofobia como crime de ódio… É importante pensarmos em ações integradas. Agora as secretarias não agirão de forma independente”, comemora.

A existência de uma instância deliberativa formada por governo e sociedade civil é agora, na visão do diretor da Cellos, a principal demanda LGBT na cidade. “É nessa questão que temos que lutar e avançar ainda”, diz. Ele defende a criação de um conselho municipal paritário entre entidades de defesa dos direitos da minoria e o poder legislativo para discutir questões relacionadas à população LGBT. “A sociedade poderia participar mais ativamente e monitorar o que está sendo feito na cidade”, afirma. 

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