Caso Backer: polícia quer exumar corpo de idosa que morreu em Pompéu por suposta intoxicação

Bruno Inácio
binacio@hojeemdia.com.br
20/01/2020 às 19:36.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:21
 (Reprodução/Street View)

(Reprodução/Street View)

O corpo de Maria Augusta de Campos Cordeiro, de 60 anos, que morreu no dia 28 de dezembro com suspeita de intoxicação por dietilenoglicol em Pompéu, na região Central de Minas, deve ser exumado pela Polícia Civil. A instituição aguarda decisão da Justiça para fazer o procedimento no corpo da idosa.

A morte da mulher só foi adicionada à lista de óbitos em investigação no último dia 14, quando a prefeitura de Pompéu emitiu nota sobre o falecimento. Na ocasião, a família de Cordeiro procurou a Polícia Civil e registrou boletim de ocorrência sobre o caso. Até esta segunda-feira (20), a Secretaria de Estado de Saúde (SES) confirmou 21 casos suspeitos de intoxicação, com quatro óbitos.

Superintendente de Polícia Tecno Científica da Polícia Civil, o médico-legista Thales Bittencourt afirmou ao Hoje em Dia que a exumação é necessária para que os peritos verifiquem se de fato Cordeiro é vítima da intoxicação. Após o processo ela permanecerá ou poderá ser retirada da lista de óbitos suspeitos.

"A gente aguarda autorização judicial para que seja feita a exumação do corpo e nós façamos a necrópsia desta vítima e identifiquemos no corpo lesões que sejam compatíveis com síndrome nefroneural e também na tentativa de identificar eventualmente qual que foi o tóxico que causou o óbito", afirmou.

O procedimento é essencial, segundo Bittencourt, porque quando a idosa faleceu não foi colhido exame que verificasse a presença das substâncias tóxicas, já que não havia suspeitas do tipo. "Nós tentamos resgatar junto ao hospital em que ela estava internada alguma amostra de sangue de quando ela ficou, mas não há este sangue disponível para o exame. Por isso, vamos avaliar o corpo e encontrar essas evidências", disse o médico-legista.

Quando surgiu a notícia do falecimento de Cordeiro, familiares da idosa disseram que ela havia consumido cervejas da marca Belorizontina quando esteve no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte, no dia 20 de dezembro. Ela começou a passar mal um dia depois, quando chegou em Pompéu.

Novos

Nesta segunda-feira, a SES confirmou mais dois casos de moradores de Belo Horizonte que teriam sido intoxicados por dietilenoglicol em Minas. São dois homens, moradores da capital mineira. Ao todo, 19 homens e duas mulheres estão tendo as notificações acompanhadas pela secretaria.

Em quatro dessas pessoas, a intoxicação por dietilenoglicol foi confirmada em testes de laboratório. Uma dessas pessoas morreu. Outras três mortes continuam como "suspeitas".

Dos 21 registros que estão sendo acompanhados pela SES, 14 são de moradores da capital. Os restantes são de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, Nova Lima, na Grande BH, Pompéu e São João Del Rei, na região Central, São Lourenço, no Sul de Minas, e Ubá e Viçosa, na Zona da Mata.

A Polícia Civil começou a ouvir nesta segunda-feira (20) parentes de pessoas que foram intoxicadas ou que fazem parte da lista de casos suspeitos de intoxicação por dietilenoglicol em Minas. Três parentes foram ouvidos pela manhã e outros quatro têm depoimento marcado para a terça-feira (21), na 4ª Delegacia de Polícia Civil do Barreiro, no bairro Estoril.

É o início de uma nova fase das investigações. Segundo o delegado Flávio Grossi, que está à frente do caso, a equipe trabalha em duas frentes: numa, tenta verificar se de fato as contaminações envolvem rótulos da cervejaria; noutra, busca saber quais foram as circunstâncias em que tanques da fábrica foram contaminados. O teor dos depoimentos não foi divulgado.

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