Com as ruas do centro lotadas, Kalil defende pausa na reabertura para 'proteger a população'

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
12/06/2020 às 15:05.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:45
 (MV/ Hoje em Dia)

(MV/ Hoje em Dia)

“Vamos proteger a população de BH”. Esse foi o argumento usado pelo prefeito Alexandre Kalil para explicar o motivo de não liberar uma nova etapa de flexibilização na capital. Há 85 dias, lojas de roupas, bares, restaurantes e clubes estão fechados. Nesta sexta-feira (12), a prefeitura vetou a terceira fase de reabertura e informou que os setores impedidos de funcionar seguem sem previsão de retomada.

Ao fazer o anúncio, Kalil destacou que o Comitê de Enfrentamento e Combate à Covid tem utilizado critérios técnicos para liberar ou vetar o funcionamento dos setores comerciais. “A cidade de Belo Horizonte se preparou e abriu de uma forma tão regrada que não precisou voltar atrás”, disse. 

Betim, que fica na região metropolitana, foi um dos primeiros municípios a liberar todo o comércio, mas nesta semana teve que recuar e ordenar o fechamento de todos os setores não essenciais. 

Movimento

A taxa de isolamento social na cidade, que caiu de 48,8% para 46% nesta semana, tem preocupado o Comitê de Enfrentamento de Combate à Covid. Nas ruas, principalmente na área central, o movimento de pessoas aumentou significativamente. Além do vaivém dos moradores, não é difícil encontrar aglomerações. 

O movimento de carros também subiu de 218 mil para 228 mil no período de uma semana. "A flexibilização social expõe mais ao vírus", explicou o secretário municipal de saúde Jackson Machado. Por isso, o gestor pediu para os moradores que estão autorizados a trabalhar que não fiquem zanzando pela cidade. A orientação continua a mesma: mantenha o isolamento social e só saia de casa para fazer o necessário.MV/ Hoje em Dia / N/AHá 85 dias, lojas de roupas, bares, restaurantes e clubes estão fechados.

Aulas

Kalil comentou a situação dos estudantes da rede municipal, que estão sem aulas desde março, e descartou a reabertura das escolas para breve. Segundo o prefeito, a questão do ensino vai além das salas de aula. “Não é um problema simples de colocar os alunos na escola, é um problema grave de trânsito. Temos que olhar o lado das escolas por um lado mais urbano”, argumentou. 

Conforme Kalil, além de aumentar drasticamente o tráfego na cidade, as escolas também geram aglomeração. 

Quarentena

O distanciamento social em BH foi recomendado no dia 18 de março e, dois dias depois, a prefeitura determinou o fechamento de todos os serviços considerados não essenciais. 

As lojas da capital permaneceram fechadas por 66 dias, quando no dia 25 de maio a metrópole deu início à primeira fase da flexibilização gradual do comércio. Salões de beleza, lojas de cosméticos, brinquedos, veículos automotores e até shoppings populares puderam reabrir as portas. 

Duas semanas depois, foi a vez de lojas de calçados, armas, acessórios e artesanatos receberem o aval do executivo para retomar o funcionamento. Com a segunda fase da flexibilização, 92% dos empregos da cidade ficaram ativos e 824 mil pessoas puderam circular pelo município. 

Mesmo liberando grande parte do comércio, a prefeitura destacou que o isolamento social permanece no município. Os moradores só devem sair para o essencial, mas o que se viu na cidade nos últimos dias, especialmente na região central, foram ruas cheias, ônibus com aglomeração e pessoas desrespeitando o distanciamento social.

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