Criança retirada da barriga da mãe com uma faca de cozinha tem alta do hospital

Daniele Franco
dfmoura@hojeemdia.com.br
29/10/2018 às 14:12.
Atualizado em 12/05/2022 às 11:24
 (Reprodução/Facebook)

(Reprodução/Facebook)

A criança retirada à força da barriga da mãe em um crime que chocou a cidade de João Pinheiro, no Noroeste de Minas Gerais, teve alta do hospital no último sábado (27) e já está sob os cuidados do pai. A informação é do Conselho Tutelar de João Pinheiro e foi confirmada pelo Hospital São Lucas, em Patos de Minas, onde ela estava em tratamento. 

A menina nasceu no dia 15 de outubro, após uma mulher de 40 anos amarrar sua mãe em um tronco e cortar a barriga dela com uma faca de cozinha. Por causa da brutalidade do parto, a criança prematura foi ferida na cabeça e levada pela mulher para o hospital.

André Lemos, conselheiro tutelar que acompanha o caso, afirmou que a criança, Isadora, está sob a custódia do pai, mas que ele ainda terá que comprovar a paternidade para permanecer com ela. "Ele está cuidando dela e da outra filha da vítima, que também é filha dele, e já forneceu material para a realização do exame de DNA. O resultado deve sair nesta semana", contou ao Hoje em Dia. Lemos ainda afirmou que se o homem não for o pai da criança, a guarda de Isadora deve passar à família da jovem assassinada.

Barbárie

O crime aconteceu no dia 15 de outubro e chocou a pequena cidade de João Pinheiro. A suspeita confessou à Polícia Civil, na noite do dia seguinte, ter matado Mara Cristina, de 23 anos. Segundo ela, a vítima foi dopada com álcool, amarrada em um tronco e, enquanto ainda estava viva, teve o bebê retirado de seu útero com uma faca de cozinha. A jovem estava grávida de 8 meses.

O corpo foi encontrado após a suspeita aparecer com o bebê no hospital para que ele fosse tratado de uma ferida na cabeça. No local, ela afirmou aos médicos que era a mãe da criança, mas os profissionais desconfiaram de seu estado de saúde, que não condizia com o de uma gestante. Ao pedirem exames à mulher, ela se recusou e acabou dizendo que a menina era de uma amiga, que ela não sabia onde estava.

Trinta e oito anos de prisão

A conclusão do inquérito que investigava o assassinato foi anunciada pela Polícia Civil na última sexta-feira (26) e apontou que a mulher de 40 anos é a culpada pelo assassinato e que ela agiu sozinha. O marido, de 57 anos, foi preso preventivamente na ocasião, mas o inquérito concluiu que ele também foi enganado pela esposa.

De acordo com a Polícia Civil, a mulher será indiciada por três crimes: dar parto alheio como próprio, subtração de incapaz e homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, traição e mediante emboscada para ocultação de outro crime. A soma das penas pode chegar a 38 anos de reclusão.

O inquérito confirmou também a versão de que a vítima ainda estava viva quando teve a barriga aberta com uma faca para que o bebê fosse retirado. O laudo da autópsia do Instituto Médico Legal (IML) trouxe como causa da morte "anemia hemorrágica interna e externa" e descartou a possibilidade de asfixia, mostrando que o arame encontrado em seu pescoço só foi usado para prendê-la à árvore.

Premeditação

Postagens encontradas nas redes sociais da suspeita indicam que ela pode ter premeditado o assassinato. Ela postou para várias fotos como  gestante, comemorando a gravidez e indicando, ainda, o nome que daria à criança: Emanuelly Vitória.

A primeira publicação simulando a gravidez da suspeita é do dia 8 de agosto e traz uma foto dela abraçada pelo marido com uma legenda comemorativa: "Papai mais feliz do mundo". Outra imagem, postada no mesmo dia, traz o marido beijando a barriga da suspeita. "E um sonho que se tornou realidade papai mais feliz do mundo te amo e te amarei eternamente vc e a nene" (sic).  

Entre os comentários, usuários indignados enviaram mensagens com insultos e pedindo justiça. Praticamente todas as postagens da mulher foram comentadas. 

Grávida tinha 23 anos quando foi brutalmente assassinada (Reprodução/Facebook)

Grávida tinha 23 anos quando foi brutalmente assassinada (Reprodução/Facebook)

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