Detento morre em Bicas II após 'mal súbito' e ferimentos levam família a desconfiar de espancamento

Daniele Franco
dfmoura@hojeemdia.com.br
10/09/2018 às 18:32.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:23
 (Lucas Prates/Arquivo Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Arquivo Hoje em Dia)

Um detento de 35 anos do Presídio São Joaquim de Bicas II, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, faleceu na Unidade de Pronto Atendimento da cidade na última quinta-feira (6) e a família alega que o homem teria sido espancado até a morte dentro do presídio. 

De acordo com Alexandra da Silva de Paula, esposa do interno, vários ferimentos no corpo do marido a fizeram desconfiar da versão do presídio, que a avisou da morte do homem por volta de cinco horas após o ocorrido, somente depois dele já ter sido atendido na UPA e seu corpo já estar sob os cuidados do Instituto Médico Legal. 

Ao Hoje em Dia, a mulher contou que recebeu a ligação da assistente social do presídio por volta de 0h30 e, segundo sua apuração na penitenciária e na UPA, ele teria desmaiado por volta das 19h30 e dado entrada na unidade por volta de 19h40.

Perguntada sobre a possibilidade do marido ter inimigos na prisão, Alexandra contou que ele havia tido uma pequena discussão com um companheiro de cela, mas nada que pudesse levar a um assassinato. Ainda segundo ela, em uma visita ao presídio, um agente afirmou a uma amiga de Alexandra que o marido dela teria sido espancado pelos próprios presos. "Ele disse que presos o espancaram e, depois, tentaram reanimar ele (sic) por 40 minutos. O que esses agentes fizeram em 40 minutos e como eles sabiam que meu marido estava lá há 40 minutos? Ele estava lá, estava preso, mas estava pagando pelo erro dele, isso não justifica o descaso", afirmou. 

Outro lado

A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap), por sua vez, informou em nota que o homem teria desmaiado na cela e seus companheiros chamaram os agentes penitenciários, que o levaram para a UPA. O detento teria falecido na unidade de saúde e o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal, momento em que a família do preso teria sido avisada por um servidor da Seap. 

Ainda segundo a nota da secretaria, "a direção da unidade prisional instaurou um Procedimento Interno para apurar administrativamente as circunstâncias do fato. As investigações criminais ficam a cargo da Polícia Civil".

(Com Cinthya Oliveira)

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