Em baixa, rio das Velhas é ‘alimentado’ por represa particular

Renato Fonseca e Ricardo Rodrigues - Hoje em Dia
21/10/2014 às 07:58.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:42
 (Carlos Rhienck)

(Carlos Rhienck)

O baixo nível do rio das Velhas, responsável por 40% do fornecimento de água na Grande BH, lança um alerta sobre o abastecimento das cidades da região. A estiagem dos últimos meses reduziu a vazão do curso d’água à metade, considerando o período de seca. A Copasa negociou a abertura da comporta de uma mineradora para reforçar a captação.

A empresa conseguiu – com a Anglogold Ashanti – o incremento em 500 litros por segundo da vazão, liberada por unidades de geração de energia da mineradora, localizadas no rio do Peixe – composta pelas lagoas dos Ingleses, Miguelão e Codornas.

A Copasa garante que a medida é apenas preventiva e poderia ser suspensa ainda nessa segunda-feira (20), devido à previsão de chuvas para os próximos dias.

Segundo a estatal, a produção de água nos sistemas das bacias dos rios das Velhas e Paraopeba segue normal e, por isso, não há risco de desabastecimento.

Em nota, a empresa alegou que teve de aumentar a sua produção média de água em 5% e, hoje, trabalha com a capacidade máxima, de cerca de 1,3 bilhão de litros por dia.

O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH-Velhas), Marcus Vinícius Polignano, reforça o alerta. Ele diz ser necessária a medida anunciada para aumentar a vazão do Velhas. “É preciso abrir as comportas. A situação é muito crítica”.

Para o especialista, o quadro é preocupante porque a vazão do rio, antes da estação de captação de Bela Fama, em Nova Lima, está muito abaixo da média histórica registrada nos períodos de estiagem.

No sistema Rio Manso, completa Polignano, os níveis de vazão da água também são preocupantes. “Não chegamos à situação calamitosa de São Paulo, mas o nosso alerta já foi feito. A sociedade precisa racionalizar o uso da água e não aumentar o consumo. A demanda já chegou no limite”.

DISTRIBUIÇÃO

A distribuição de água na região metropolitana é caracterizada pela integração de vários sistemas de produção, entre eles os das bacias do rio das Velhas e do Paraopeba, que, juntos, respondem por aproximadamente 90% do abastecimento da Grande BH. Segundo a Copasa, isso permite maior flexibilidade e regularidade no abastecimento.

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