Três ex-gestores do Hospital Doutor Hélio Angotti, em Uberaba, e o filho de um deles foram condenados por desviar cerca de R$390 mil da instituição entre 2008 e 2009. Luiz Humberto Toyoso Chaem, ex-presidente do hospital; Jorge Luiz de Sousa Melo, ex-diretor administrativo; Odo Adão, ex-tesoureiro, e Odo Adão Filho admitiram, em julgamento, que teriam cometido crime de peculato.
A condenação foi pedida pelo Ministério Público Federal (MPF) em Uberaba e cabe recurso da decisão. Durante cinco vezes, o grupo fez pagamentos a pessoas jurídicas por serviços que nunca foram prestados utilizando recursos provenientes do Sistema Único de Saúde.
Conforme o MPF, no período, o hospital, que faz atendimentos de alta complexidade em oncologia, recebeu cerca de R$ 7 milhões para atendimentos e tratamento de câncer pelo SUS.
Odo Adão Filho, que não fazia parte da gestão do hospital, usava notas frias emitidas pelas empresas. Em um dos desvios, a empresa investigada afirmou que nunca havia prestado serviços ao hospital e que uma das notas utilizadas teria sido emitida em 1998 para outra companhia.
Outro desvio foi viabilizado por meio de notas emitidas por empresa cadastrada no nome da ex-esposa do condenado. A FGA Assessoria e Negócios forneceu uma nota por supostos serviços de consultoria para um empréstimo que teria sido realizado na Caixa Econômica Federal. Conforme o banco, de fato, a transação foi feita, mas o dinheiro foi destinado ao hospital sem a intermediação de qualquer empresa de consultoria.
O grupo foi condenado a penas que variam de 6 anos e 4 meses a 8 anos e 4 meses de reclusão. Eles ainda terão que retornar ao hospital o montante desviado, de R$ 390.517,88, com valor a ser corrigido.