Fazenda em Córrego Danta mantinha 19 trabalhadores em situação análoga à escravidão

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
05/07/2018 às 18:44.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:13
 (Divulgação/Ministério do Trabalho)

(Divulgação/Ministério do Trabalho)

Uma ação do Ministério do Trabalho em conjunto com a Polícia Federal terminou com o resgate de 19 trabalhadores em situação degradante, análoga à escravidão, em uma fazenda de Córrego Danta, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, nesta semana.

No local, os trabalhadores, entre eles um menor de idade, foram encontrados em condições precárias, sem banheiros, com difícil acesso a água potável e comendo no chão. Nos alojamentos, não havia camas para todos, sem roupas de cama, cobertores ou travesseiros. A temperatura no local no inverno chega a 13°C. Os alimentos, preparados pelos próprios trabalhadores, ficavam em marmitas dentro de mochilas penduradas em pés de café, sujeitas a ataques de animais e à deterioração.

De acordo com o relatório preliminar do ministério, os dois grupos de pessoas saíram da Bahia nos dias 22 e 28 de maio. O primeiro, com 20 pessoas, saiu do estado vizinho em um ônibus fretado por "gatos" e gastaram R$ 200 cada com a viagem, valor que seria restituído. O segundo grupo saiu nas mesmas condições no dia 28.

Nenhum dos trabalhadores tinha contratação formal ou assinatura na carteira de trabalho, assim como não tinham informações de remuneração, ou prazo de contratação.

Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) fornecidos pelos proprietários da fazenda restringiam-se a óculos, boné e perneiras. As botas e luvas foram trazidas na bagagem desde a Bahia ou compradas no único estabelecimento comercial a que os trabalhadores tinham acesso, distante cerca de 20 km da fazenda.

O empregador, inclusive, combinou crédito para as compras de alimentos e artigos de higiene, que seriam pagas no fim da colheita pelos adquirentes, no estabelecimento. Em poucos dias de estadia, alguns trabalhadores já tinham débitos superiores a R$ 600. No total, a dívida do grupo já ultrapassava R$ 7 mil.

De acordo com o Ministério do Trabalho, o relatório final está sendo desenvolvido e deve ser entregue na próxima semana.

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