Tema está sendo julgado no plenário virtual até o fim desta sexta (Frederico Haikal)
Os quatro policiais civis de São Paulo presos suspeitos de envolvimento no tiroteio em um estacionamento de um hospital em Juiz de Fora, na Zona da Mata, no início do mês, tiveram o pedido de transferência para São Paulo negado. A decisão foi do Tribunal do Júri de Juiz de Fora e assinada pelo juiz Paulo Tristão na tarde dessa segunda-feira (29).
No despacho, o juiz justifica a decisão afirmando que não há motivos plausíveis para a transferência, uma vez que os suspeitos estão sendo mantidos em um local próprio para agentes públicos na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e todos os direitos constitucionais deles estão sendo mantidos. Ele ainda afirma que o inquérito não foi concluído e que "há várias diligências pendentes e pode haver necessidade deles serem ouvidos novamente ou até de se proceder acariações de reconhecimento, considerando a existência de pontos cruciais a serem esclarecidos".
Além de negar o pedido da defesa dos policiais, o magistrado ainda determinou que o inquérito seja conduzido em sigilo e aumentou o prazo da Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais para a conclusão das investigações em mais 10 dias improrrogáveis.
Os suspeitos estão presos desde o dia 19 de outubro, quando o tiroteio aconteceu. Na ocasião, um policial civil mineiro morreu e dois empresários ficaram feridos, sendo que um deles morreu na última quinta-feira (25). O tiroteio começou durante uma negociação de troca de dólares por reais, quando os paulistas constataram que parte do dinheiro que estava sendo entregue pelos mineiros era falsa.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do advogado de defesa dos suspeitos e aguarda retorno.
Entenda
Conforme as investigações da polícia, um empresário paulista seguiu de helicóptero para Juiz de Fora, onde trocaria dólares por reais com um empresário mineiro. Para fazer a transação, ambos contrataram seguranças "vips". O paulista estava escoltado por nove seguranças, sendo oito policiais de SP. Já o mineiro estava recebendo a proteção de policiais civis de Minas.
Durante a transação, porém, um dos empresários constatou que parte do dinheiro era falsa, momento em que teve início o tiroteio. Com os envolvidos foram encontrados R$ 15 milhões, sendo R$ 14 milhões em notas falsas. O empresário paulista deixou a cena do crime em uma aeronave particular com destino a São Paulo. Com os envolvidos na ocorrência foram apreendidos rádios comunicadores e coletes, armas de grosso calibre - 380, 40 e 45 -, carregadores e munições.
O crime ocorreu por volta das 16h30 do dia 19 de outubro, uma sexta-feira, no estacionamento do Hospital Monte Sinai. Parte da ação foi registrada por câmeras de segurança e as imagens serão analisadas pela Policia Civil de Minas Gerais. A corporação informou que aguarda o laudo da perícia do local e da necropsia do policial morto.
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