Justiça determina prisão preventiva de tatuador denunciado por assédio sexual de clientes na Savassi

Daniele Franco
28/03/2019 às 17:36.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:00
 (Reprodução/Street View)

(Reprodução/Street View)

Após ser denunciado por dezenas de mulheres por suspeita de abuso sexual, o tatuador do estúdio Tattoo Reggae, na Savassi, região Centro-Sul de BH, pode ser preso a qualquer momento. A Polícia Civil informou, nesta quinta-feira (28), que foi expedido pela Justiça um mandado de prisão preventiva contra o suspeito. Segundo a corporação, 15 mulheres denunciaram o homem formalmente na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher da capital, mas pelo menos 40 chegaram a acusar o tatuador pelo crime em uma rede social.

A Polícia Civil começou a investigar o caso assim que soube das denúncias, conforme informou a delegada Ana Paula Balbino, da Delegacia Especializada em Proteção à Mulher e responsável pelo inquérito. Em entrevista ao Hoje em Dia no dia 20 de março, a delegada afirmou que as primeiras diligências foram iniciadas no momento em que os agentes souberam do caso e uma primeira vítima procurou a delegacia.

A reportagem tentou contato com o suspeito, mas não obteve sucesso. No entanto, em seu último posicionamento ao Hoje em Dia, o tatuador se declarou inocente de todas as acusações. “Sou profissional há mais de 30 anos e sempre respeitei minhas clientes. Tenho família, tenho uma filha que não para de chorar, um filho que não quer mais ir à escola e estou sofrendo com ameaças e crises de pânicos. Eu preciso trabalhar e não consigo”, se defendeu. 

Entenda

O caso veio à tona após uma publicação da ativista e ex-candidata ao Senado Federal Duda Salabert, pelo Instagram, encorajar mulheres a relatar abusos sofridos em sessões de tatuagem. A surpresa veio quando mais de quarenta denúncias apontavam o profissional da Tattoo Reggae como responsável por uma série de situações de assédio e desrespeito a clientes.

O relato mais antigo apurado pela reportagem é de 2011 e o sentimento expressado com unanimidade pelas vítimas entrevistadas pelo Hoje em Dia é de medo. "Mesmo eu, que sou feminista, ainda tenho pensamentos condicionados pelo machismo e, nesse caso, eu pensava que podia ser coisa da minha cabeça, que podia estar imaginando coisas, e isso me impediu de falar sobre isso, de denunciar, de contar para outras pessoas", contou uma das mulheres que denuncia o tatuador.

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