Ministério Público instaura inquérito para verificar condições de barragem em Paracatu

Bruno Inácio
binacio@hojeemdia.com.br | @oBruninacio
05/03/2020 às 18:34.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:51
 (Reprodução/Youtube Kinross)

(Reprodução/Youtube Kinross)

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou um inquérito civil público para investigar o comprometimento do aterro compactado da barragem Eustáquio, da Kinross Brasil Mineração, na cidade de Paracatu, no noroeste do Estado. O procedimento foi aberto após a Polícia Militar do Meio Ambiente detectar fissuras na estrutura da barragem.

O complexo minerário da Kinross é o maior a céu aberto do Brasil. A Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Paracatu quer verificar se há início de erosão na estrutura da barragem e prováveis comprometimentos geotécnicos que possam indicar risco de rompimento ou afetar a estabilidade do complexo.

A barragem de Eustáquio possui capacidade para 750 milhões de metros cúbicos dos quais cerca de 143 milhões já foram utilizados para depositar rejeitos da mineração. O complexo está em funcionamento desde 2010.

Segundo Athaíde Peres, promotor de Justiça, órgãos de controle, como a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, a Defesa Civil Estadual e da cidade de Paracatu e a Agência Nacional de Mineração já foram acionados para tomar providências em caráter de urgência a fim de resguardar a situação na barragem.

“Os fatos ocorridos são preocupantes, em decorrência do volume de rejeitos da mineração aurífera armazenados na conhecida barragem de Eustáquio. Com tais averiguações técnicas, providências serão tomadas pelo MPMG no resguardo dos interesses ambientais e sociais da região”, afirmou Peres.

Procurada, a Kinross disse que o processo erosivo é normal e pode ter sido causado pelas fortes chuvas que acometeram a região desde o início de 2020. A empresa diz também que os processos não impactam na estabilidade da barragem, e que equipes ficam durante 24 horas monitorando a situação no complexo.

"O que podemos observar, nas fotos anexas ao documento (boletim de ocorrência da PM Ambiental), são processos erosivos superficiais e pontuais que ocorreram por causa das chuvas recentes na região. Este fato é esperado durante o período chuvoso e não altera a estabilidade e a segurança das barragens", diz a nota da mineradora.

A Kinross afirmou que já sabia das informações relatadas na ocorrência, pois as equipes da empresa já haviam detectado os problemas. "Ações corretivas foram planejadas para serem implementadas de imediato", informou a companhia.

*Com MPMG e informações de Bruno Inácio

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