Pela liberdade do ensino, pais e alunos do Loyola e Santo Agostinho leem carta e abraçam escola

Bruno Inácio
22/10/2019 às 19:45.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:21
 (Maurício Vieira)

(Maurício Vieira)

Pelo menos 200 pessoas, dentre pais, mães, alunos e ex-alunos, participaram, no fim da tarde desta terça-feira (22), de um ato simbólico em prol da liberdade de ensino nos colégios Loyola e Santo Agostinho, em Belo Horizonte. As duas escolas se envolveram, em 2018 e 2019, em polêmicas devido ao ensino de conteúdos que alguns grupos de pais e mães dizem ser ideológico.

A manifestação começou às 17h, em frente ao Colégio Santo Agostinho, na região Centro-Sul da cidade. Em novembro de 2018, o Ministério Público (MP) chegou a abrir uma ação na Justiça contra o ensino de temas relacionados a gênero e sexualidade na instituição de ensino. A ação, porém, acabou sendo retirada após mobilização de grupos de pais e mães e envolvimento da Promotoria de Educação do MP.

Após se concentrarem na escola, os manifestantes fizeram uma caminhada, carregando cartazes e faixas com mensagens de apoio à liberdade de ensino dos professores. Por volta das 18h, eles chegaram ao colégio Loyola, no bairro Cidade Jardim, também na região Centro-Sul, onde o protesto teve atos simbólicos.Maurício VieiraProtesto começou por volta das 17h, na porta do Colégio Santo Agostinho

Ao chegarem no Loyola, os manifestantes leram uma carta de apoio aos educadores e fizeram uma entrega de flores a Santo Inácio, padroeiro do instituto. Ao final, um abraço simbólico foi feito no prédio. No início deste mês, uma prova com um texto em que havia críticas à gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), foi motivo de protesto e pedido de censura.

Constituição

Mãe de uma aluna do Loyola, a médica Stella Araújo, de 56 anos, diz que o movimento desta tarde teve o objetivo de conscientizar e, ao mesmo tempo, levar à comunidade escolar uma mensagem de que há a defesa da liberdade de cátedra e das garantias constitucionais do ensino livre no Brasil.

"Não só os colégios católicos, mas já vimos este movimento acontecer em outras escolas. O que estamos mostrando aqui é que se há um grupo de pais querendo censurar o ensino, há também nós que defendemos a liberdade de cátedra, os direitos de liberdades do ensino e da educação, que são prerrogativas dos colégios. Tem um grupo de pais que acha que a educação à la carte, se não gosto não tem, e não é assim. Precisamos da pluralidade", afirmou.

As duas escolas foram procuradas, mas apenas o Santo Agostinho se manifestou. A instituição diz que ficou sabendo do protesto desta terça-feira há uma semana. "A SIC – Sociedade Inteligência e Coração, mantenedora do Colégio Santo Agostinho, ressalta que respeita as manifestações pacíficas e reafirma adotar projeto pedagógico que enfatiza o respeito às diferenças como um exercício de cidadania", disse a nota enviada pela assessoria de imprensa do instituto.

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