Porta-voz do MBL é suspeito de agressão e racismo contra cozinheira: 'Não põe a mão em mim, crioula'

Bruno Inácio
11/11/2019 às 18:57.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:39
 (Facebook/Reprodução)

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O porta-voz do MBL em Belo Horizonte, o administrador Thiago Dayrel, de 24 anos, foi preso no último sábado (9) suspeito de agredir uma cozinheira negra de um restaurante na Savassi, região Centro-Sul da capital. Funcionários do estabelecimento ainda disseram que ele cometeu racismo, chamando-a de "crioula". O suspeito nega os crimes e diz que foi espancado.

Segundo a Polícia Militar (PM), o gerente do Takos Mexican Gastrobar foi quem acionou a polícia. Aos policiais, ele disse que Dayrel se exaltou na hora de pagar a conta e estava reclamando, aos gritos, do atendimento do bar.

O gerente teria, então, pedido que o porta-voz do MBL baixasse o tom de voz. Conforme o relato, Dayrel teria jogado o cartão na operadora de caixa do restaurante e disse "cobra essa porra logo". Foi quando a cozinheira tentou apaziguar a briga e foi agredida pelo suspeito.Facebook/ReproduçãoThiago Dayrel, porta-voz do MBL (Movimento Brasil Livre) em Belo Horizonte

"Não põe a mão em mim, sua crioula", teria dito o homem, chamando o gerente do bar para a briga. Testemunhas disseram aos policiais que, neste momento, a cozinheira tentou separar os dois da confusão e Dayrel a agarrou pelo pescoço, chutando sua perna.

Quando a polícia chegou, o suspeito negou a versão das testemunhas e dos funcionários, dizendo que, na verdade, foi agredido por quatro funcionários do Takos quando reclamou do atendimento demorado no local. A namorada dele, de 22 anos, confirmou a versão e disse que teve de intervir para que ele parasse de apanhar.

Segundo a Polícia Civil, Dayrel pagou R$ 1.000 de fiança pelo crime de vias de fato e foi liberado após ser ouvido na Central de Flagrantes (Ceflan) 2. Ele está sendo investigado, em liberdade, pelos crimes de injúria e vias de fato.

Vídeo

Por meio de dois vídeos apresentados como provas, publicados na página do Movimento Brasil Livre em Minas, Dayrel se defendeu. O administrador negou que tenha chamado a cozinheira de crioula e mostrou marcas e hematomas em sua perna, que, segundo ele, foram causados durante a confusão.

Dayrel diz também que vai processar o Takos bar e conta com apoio do MBL para isso. Por sua vez, o movimento apoiou o porta-voz, dizendo que o vídeo prova não ter havido a racismo.

Veja o vídeo compartilhado pelo MBL Minas:

Mesmo argumentando que Dayrell está sendo vítima de mentiras, o MBL afirmou que vai expulsá-lo caso as acusações sejam comprovadas. "A prova cabal do vídeo, porém, torna o argumento dos agressores (funcionários que denunciaram Dayrell) extremamente frágil", diz a nota.

Já o Takos Mexican Bar diz que está colaborando com a polícia e que aguarda a apuração do caso. "Em resposta à imprensa e aos clientes, o Takos Mexican Bar informa que repudia toda e qualquer forma de preconceito, como o racismo, além de desrespeito ou violência”, diz o estabelecimento.

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