Prefeitura e MP suspendem eventos de Carnaval no Parque das Mangabeiras

Malú Damázio
mdamazio@hojeemdia.com.br
22/02/2017 às 09:45.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:39
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

O Parque das Mangabeiras, uma das principais áreas verdes da capital mineira, não poderá mais receber festas e eventos privados recreativos durante o Carnaval. A decisão foi acordada na noite de ontem (21) entre a Prefeitura de Belo Horizonte e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). 

Com isso, o Carnavália, uma das principais atrações pagas que iria ocorrer no parque e que estava agendado para os dias 25 a 28 de fevereiro, não poderá ser realizado no local. Durante os quatro dias de festa, a folia reuniria importantes nomes da música nacional como Nando Reis, Paralamas do Sucesso, Karol Conká, Gabriel, o Pensador e Buchecha, além de conhecidos blocos do Carnaval belorizontino. 

De acordo com a prefeitura, a proibição de eventos foi motivada por questões relacionadas à conservação ambiental do espaço, que é tombado e tem fauna e flora preservadas. A assessoria de comunicação da administração municipal ressaltou ainda que a decisão, por meio de liminar, foi tomada em conjunto com várias secretarias. 

No entanto, a produtora do Carnavália, Macaco Prego, ainda não foi notificada sobre a suspensão das festas no Parque das Mangabeiras e também não tem conhecimento do que motivou a liminar, informou a assessoria de imprensa. Segundo a comunicação da empresa, a organização já está pensando em soluções possíveis, mas só se posicionará após receber notificação da prefeitura. 

A Macaco Prego já organizou outros shows e eventos culturais no mesmo espaço em diversas ocasiões. Na página do Carnavália no Facebook, pessoas que compraram os ingressos cobram explicações sobre a medida e questionam a realização da atração. 

Em perfil pessoal nas redes sociais, uma das sócias da empresa, Carolina de Amar Santos, se manifestou contra a decisão da prefeitura e do MPMG. Ela questiona por que a produtora não foi chamada para participar das reuniões que decidiram a suspensão de eventos no parque e afirma que já havia pago integralmente os R$ 170 mil reais exigidos pela Fundação de Parques Municipais para utilizar o espaço. 

Carolina afirmou, em relato, que a produtora "continuará batalhando para que o Carnavália aconteça" e reforça a importância do evento. "Apesar de ser uma iniciativa privada, o Carnavália é um projeto colaborativo que reúne muita gente legal da cidade. Além disso, nosso festival vai gerar 600 vagas de emprego por cada dia de carnaval, isso sem contar a classe artística e os parceiros da gastronomia local. Estamos com uma planilha milionária que até então está embargada por um motivo que ainda não conhecemos", escreveu.

Autorização

Na postagem, Caroline anexou a foto de um termo assinado pela Fundação de Parques Municipais (FPM) confirmando a realização do evento no Parque das Mangabeiras. Em nota, a FPM, órgão da prefeitura que administra os parques de Belo Horizonte, afirmou que havia emitido autorização prévia para realização do Carvanália desde que a organização do evento apresentasse “todas as licenças e demais documentos e autorizações exigidos pela legislação aplicável”. 

A fundação alega, no entanto, que a documentação não foi entregue. “Como o promotor em questão não apresentou essa documentação, ele não possui a aprovação definitiva para a realização do evento e a venda antecipada de ingressos ocorreu por decisão única e exclusiva do promotor”, diz o texto. 

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