Refugiados venezuelanos chegam a BH esta semana para recomeço de vida com ajuda de projeto social

Malú Damázio
04/08/2019 às 11:25.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:51
 (Divulgação / Refúgio 343)

(Divulgação / Refúgio 343)

Um bairro bem belo-horizontino para acolher e integrar quem vem de fora em busca de recomeço de vida. A partir desta semana, o Concórdia, na região Nordeste da capital, ganhará sete novos moradores, todos venezuelanos. As duas famílias de refugiados do país, que vive uma crise humanitária, terão casa, escola e demais gastos bancados por um projeto social que pretende dar a eles a oportunidade de se restabelecerem e se inserirem no mercado de trabalho brasileiro.

Ao todo, o governo calcula que existam 168 mil pessoas que deixaram a Venezuela para viver no Brasil. O projeto Refúgio 343, organizado por mineiros que decidiram ajudar essas pessoas, financiará completamente dez famílias vindas do país latino-americano por três meses. Nos 90 dias seguintes, eles terão o aluguel pago e devem arcar com as demais contas. 

Os preparativos para receber Edwin, Melany, Endrick, Madelyn, Maylin, Yusmaris e Misael, que já têm CPF brasileiro e aguardam, em Manaus (AM), a liberação dos demais documentos pelo governo para vir para Belo Horizonte, estão a todo vapor. “Estamos organizando tudo, vamos levar a mudança para a casa que alugamos amanhã e aí é só aguardarmos a chegada deles”, conta o advogado Rafael Rezende, de 30 anos, um dos idealizadores do projeto. 

Segundo Rafael, as duas famílias devem chegar em BH até a próxima quarta-feira (7). “Vamos recebê-los com abraços e uma pequena festinha, para que se sintam acolhidos. Essas pessoas passam por situações muito precárias e ficam muito tempo sozinhas, queremos garantir a eles que tenham direitos e uma vida digna”, afirma. Esse é o segundo grupo de venezuelanos ajudados pela iniciativa. O primeiro já está morando em São Paulo há cerca de um mês, empregado e com todas as crianças matriculadas na escola. 

Rafael lembra que o grupo está tentando conseguir bolsas de estudo em um colégio particular da capital para que as três crianças, meninas de 12 e 4 anos, e um menino de 7, consigam ter acesso à educação de qualidade. A casa em que vão viver também foi mobiliada com doações de brasileiros solidários. A expectativa do organizador do projeto social é que metade das famílias fixe residência em Belo Horizonte.  

“Vamos trazer para cá quem quer crescer, melhorar de vida. Muitos deles são pessoas que tinham boas condições financeiras e perderam tudo com a crise na Venezuela. A intenção é que eles se estabeleçam e possam decidir ficar no Brasil permanentemente, se quiserem”, diz o advogado. O projeto, possível por meio de financiamento coletivo, já arrecadou R$ 68 mil - 34% dos R$ 200 mil necessários para bancar a dezena de famílias por seis meses. Interessados podem apoiá-los neste link: https://benfeitoria.com/refugio343

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