Só um milagre poderia evitar novos danos na Teresa Cristina em caso de mais chuvas, diz Kalil

Daniele Franco
dfmoura@hojeemdia.com.br | @danieleframo
03/02/2020 às 15:46.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:31
 (Daniele Franco)

(Daniele Franco)

Após a devastação causada pelas chuvas em Belo Horizonte nas últimas semanas de janeiro, novas tempestades estão previstas para esta semana. E, para o prefeito Alexandre Kalil (PSD), somente um milagre poderia livrar a população dos estragos vistos após os temporais. "Só se o Estado pegar o projeto que ele tem de 2013 e fazer, porque Belo Horizonte já fez, são duas bacias de contenção em Contagem e arrumar o córrego Ferrugem, desassorear ele", afirmou em coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (3).

A Defesa Civil Municipal emitiu um alerta para pancadas entre terça-feira (4) e quinta-feira (6) que podem somar 100 milímetros de chuva na capital, volume semelhante ao visto entre os dias 24 e 26 de janeiro. A PBH anunciou que a força-tarefa que ocupou a cidade no período não saiu das ruas e deve continuar, pelo menos, até o dia 15 de fevereiro.

Kalil aproveitou o momento para criticar as mensagens que têm circulado contra ele e sua gestão pelo WhatsApp e chamou de demagogos aqueles que tentam fazer política usando tragédias. "Internet não arruma cidade devastada", afirmou.

Obras

Questionado sobre a celeridade e a priorização de áreas da região Centro-Sul para as obras de recuperação pós-chuvas, Kalil explicou dizendo que locais com mais tráfego de pessoas e de transporte público foram realmente priorizados, e citou a avenida Teresa Cristina, fora da regional, como um desses lugares.

"Isso não foi uma escolha, é questão técnica, cada um tem sua importância dentro do planejamento da Sudecap e BHTrans. São 90 mil pessoas por dia que passam ali na Marília de Dirceu [Lourdes], o morador não tem problema nenhum, ele tem carro, mas ali é um aglomerado de luxo que as funcionárias chegam para trabalhar, priorizamos a trafegabilidade", justifica.

O prefeito afirmou várias vezes durante a coletiva que vai reconstruir a cidade e que tudo será feito o mais rápido possível, mas ainda precisa de projetos para estabelecer um prazo para a conclusão. "A pressa da PBH é maior que a da população, mas ainda precisamos de projetos", explicou.

Carnaval garantido

Embora ainda não haja uma expectativa para a conclusão dos reparos, Kalil reiterou que os estragos não vão alterar a realização do Carnaval no fim do mês. Conforme o prefeito, a festa vai acontecer normalmente, "talvez um pouco mais sujo, mais empoeirado, mas a Defesa Civil vai trabalhar como nunca".

Ainda não há uma estimativa de quanto foi gasto pela PBH nos reparos dos estragos causados pela chuva. Segundo o prefeito, aluguéis de equipamentos são os principais investimentos até agora. Desde o dia 24 de janeiro, as equipes da Defesa Civil e de outros órgãos da PBH estão incrementadas tanto em equipamento quanto em pessoal para atuar na mitigação de danos causados pela chuva.

As obras para sanar os problemas da avenida Vilarinho, em Venda Nova, onde todo período chuvoso são registrados diversos alagamentos e transbordamentos do córrego Vilarinho, estão previstas para início em maio. Entre outras intervenções, serão construídos piscinões para conter a água e evitar que ela chegue à via pública. A medida, para Alexandre Kalil, é marca de uma nova era no tratamento das cidades com desastres naturais.

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