Cinco famílias do bairro Santa Mônica, em Venda Nova, passam por momentos de angústia e incerteza. As casas delas foram interditadas pela Defesa Civil de Belo Horizonte, nesta quinta-feira (8) depois que foram constatados desabamentos parciais de muros e paredes. Duas residências foram interditadas preventivamente, enquanto as outras tiveram interdição parcial.

A causa do problema está em uma obra no leito do córrego Marimbondo, a poucos metros das casas, com objetivo de evitar futuras enchentes na avenida Vilarinho. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, durante as escavações para interceptação de esgotos e limpeza do local ocorreu uma despressurização do solo, atingindo parcialmente a área de lazer de uma casa (vestiários e piscina) e parte de outra residência.

"Importante esclarecer que desde o primeiro momento, equipes da  Defesa Civil, Sudecap e Urbel estiveram no local dando todo o suporte aos moradores e tomando todas as medidas cabíveis para estabilizar o terreno e apurar os prejuízos para posterior indenização aos proprietários. Outros dois imóveis estão sendo monitorados pela Defesa Civil, como medida preventiva, enquanto são realizadas as obras para estabilizar completamente o local", afirmou a administração municipal.

O pintor Eder Rodrigues dos Santos, de 39 anos, saiu de casa nesta quinta para trabalhar e, quando voltou, viu que sua casa havia sido interditada. Ele não sabe para onde irá com a esposa e três filhos, de 8, 14 e 15 anos de idade.

“Não tenho nenhum lugar para ir. Tenho apenas meu barraquinho, onde durmo todas as noites. Eu vivo de auxílio emergencial e bicos de pintura, não tenho trabalho de carteira assinada. Minha mulher está sem trabalho. Para onde nós vamos?”, disse o pintor.

Questionada se foi oferecida assistência às famílias que ficaram desabrigadas, a PBH informou que técnicos da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) estão no local realizando o cadastro das famílias atingidas para possível concessão do Abono Pecuniário. 

A obra

A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) informou que as obras de tratamento de fundo de vale e contenção de cheias na bacia do córrego do Nado, sub-bacias córregos Lareira e Marimbondo, estão cumprindo o cronograma previsto em contrato (início no primeiro semestre de 2018 com a previsão de término para o final de 2021).

O contrato abrange obras de tratamento de fundo de vale e contenção de cheias da bacia do Córrego do Nado, atuando nos córregos Marimbondo (bairro Santa Mônica) e Lareira (bairro São João Batista), execução de redes de drenagem, redes interceptoras de esgoto, obras de urbanização e construção de duas bacias, segundo a Sudecap. Estão sendo investidos R$ 40 milhões com recursos financiados pelo Programa de Aceleração do Crescimento, com contrapartida do Fundo Municipal de Saneamento.

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