Marcado por muita tristeza, foi enterrado, por volta das 10h45 deste domingo (19), o corpo do delegado Vanius Henrique de Campos, de 43 anos. O enterro foi realizado no Cemitério Bosque da Esperança, no bairro Jaqueline, na região Norte de Belo Horizonte.

O local estava lotado e, durante a despedida, foi realizada salva de tiros e as sirenas de várias viaturas policiais foram ligadas. Colega de profissão de Vanius, o também delegado Rodrigo Bosssi disse que esta foi uma "morte covarde e que não deveria ter acontecido". "Tive a oportunidade de trabalhar com ele na Delegacia de Homicídios e ele era um ótimo profissional", completou.

Bossi também disse que o assassinato de Vanius não foi decorrente apenas da criminalidade. "O problema não é só a criminalidade em si. Este é um problema social, que ultrapassa a criminalidade. É um problema de ética. Hoje a vida não vale nada", afirmou.

A Polícia Civil continua as buscas na tentativa de localizar os suspeitos do crime. "Estamos comunicando com delegacias regionais para tentar, se for o caso, evitar a fuga dos menores. Estive com a mãe de um deles e ela ficou revoltada com o que o filho fez. Ela ficou de apresentá-lo, mas a gente sabe que isto é muito difícil pelo fato dela ser mãe", informou o chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Osvaldo Wiermann Júnior, que também esteve no enterro do delegado.


Assassinato

Vanius foi assassinado na madrugada de sábado (19), em uma loja de conveniência, na avenida Prudente de Morais, no bairro Cidade Jardim, na região Centro-Sul da capital.

O policial civil foi morto com a própria arma e foi baleado quatro vezes. O crime aconteceu por volta das 4h de sábado e foi registrado pelas câmeras do sistema de segurança do estabelecimento. A suspeita é que dois adolescentes tenham envolvimento com a morte do delegado. As imagens das câmeras de segurança do posto de combustível mostram o desentendimento entre a vítima e os dois rapazes já identificados pela Polícia Civil.

De acordo com a assessoria de imprensa da corporação, Vanius teria abordado os dois suspeitos ao perceber que eles estariam extorquindo uma pessoa na loja de conveniência de um posto de combustível. O trio começou uma briga e a arma de Vânius caiu no chão. Os rapazes pegaram o revólver e efetuaram os disparos. A arma não foi localizada.

O delegado chegou a ser levado em estado grave para o Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, mas não resistiu aos ferimentos. Os suspeitos fugiram após o crime e ainda não foram localizados.

Vanius era lotado na Delegacia Adida ao Juizado Criminal (Deajec). Durante a carreira, ele já havia trabalhado em outras unidades policiais, entre elas a Divisão de Crimes Contra a Vida, em Belo Horizonte. Ele estava na corporação há oito anos.

O delegado morava com o pai, não possuía filhos e estava planejando se casar no ano que vem com uma defensora pública.

Atualizada às 12h53.

*Com informações das repórteres Alessandra Mendes e Renata Galdino

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