Colegas de estudante morto prestam homenagem e prometem protestar para pedir paz no Iemg

Mariana Durães e Malú Damázio
horizontes@hojeemdia.com.br
20/11/2018 às 21:08.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:55
 (Maurício VIEIRA)

(Maurício VIEIRA)

Humilde, engraçado, brincalhão. Foi assim que os colegas descreveram Luiz Felipe Siqueira, de 17 anos, que morreu após ser espancado durante uma partida de futebol. Muito abalados com a tragédia, alunos do Instituo de Educação (Iemg) lamentavam a situação, choravam e tentavam consolar uns aos outros.

No pátio da escola, eles se reuniram com professores e fizeram uma oração na manhã de ontem. Na saída, quase todos comentavam o caso, mesmo os de série e idade diferentes. De acordo com relatos, Luiz estava ansioso pela formatura no ensino médio, que acontece no mês que vem. Mas a maior expectativa era para o aniversário de 18 anos, que seria celebrado na próxima sexta-feira.

O estudante e o amigo de infância Augusto Oliveira Santiago tinham combinado de comemorar juntos. “Ele me mandou uma mensagem na segunda-feirafalando para encontrarmos, nós crescemos juntos”.

Luiz havia se mudado para Belo Horizonte, em abril deste ano, para estudar. A tia Valdene Evangelista de Souza diz que nunca imaginou que esse tipo de violência pudesse ocorrer dentro de uma instituição de ensino. “Quando o trouxemos para a capital, nosso medo era que ele sofresse algo no trajeto de casa até a escola. Achei que, lá dentro, ele seria olhado e cuidado”, afirma.

Entre os colegas de sala e amigos, a indignação tem mais de um motivo: além da violência, que afirmam ser recorrente, cobram punição e esclarecimentos sobre o caso. De acordo com os estudantes, a impressão é de que só um vai sofrer as consequências.

“Parece que pegaram ele para pagar por todos. Mas tem que ser dito que outras pessoas já tinham batido nele. No momento que ele levou a ‘voadora’, já estava meio tonto, porque antes levou socos e chutes, caído no chão”, relatam.

Estudantes do colégio prometem uma manifestação em prol de uma escola sem violência na sexta-feira. “O Luiz levantou a bandeira da paz e ela precisa continuar assim. Nós estamos nos formando, mas nossos amigos e irmãos vão continuar aqui. Todo mundo merece uma escola tranquila”, disse um deles. 

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