Com a situação de epidemia registrada na capital mineira e o dobro de casos de dengue confirmados em todo o Estado, o governo de Minas anunciou nesta quinta-feira (4) uma série de medidas para tentar conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti. As ações serão tomadas em um momento em que Minas Gerais já registra 37 mortes em decorrência da dengue. O número representa mais do que o dobro de óbitos registrados no ano passado, quando 18 pessoas morreram.
Embora o governo afirme estar “agindo firme para combater e acabar com a epidemia de dengue no Estado”, 43.119 pessoas foram diagnosticada com dengue em Minas Gerais – o número equivale a toda população de Caeté, na Grande BH. Além disso, 165.845 casos estão sendo investigados no Estado.
Durante uma reunião na Cidade Administrativa, o governador Antonio Anastasia determinou aos secretários e diretores de órgãos estatais que fazem parte do Comitê Gestor Estadual de Políticas de Enfrentamento à Dengue a elaboração de um levantamento da doença em Minas. Foi anunciada a contratação de mil agentes temporários de endemia para combate à dengue, que atuaram com os outros mil agentes que já estão sendo efetivados após determinação anunciada na semana passada pelo secretário Antônio Jorge. Os agentes vão atuar em 276 municípios atendidos por meio de 34 consórcios.
A expectativa é de que nos próximos 60 dias, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) recepcione os pedidos de auxílio de pedidos da cidades. Além disso, a Cedec deverá instalar um Sistema de Comando e Operações para controle da dengue no Estado, com a mobilização e participação das Defesas Civis municipais.
Apesar da incessante campanha nas emissoras de rádio, televisão e jornais, o governador reforçou ainda a importância da participação das população no combate à doença. “Mais uma vez, peço, de maneira muito enfática, a todos que nos acompanham: este combate à dengue é um combate que tem de ser feito de casa a casa, em cada residência, em cada pequeno ralo”, afirmou Anastasia.
Regulamentação de Lei
Um dos empecilhos enfrentados pelos agentes de epidemia de combate à dengue tem sido entrar em residências fechadas e ou lotes abandonados e, por isso, o governador Antonio Anastasia solicitou ainda que o processo de regulamentação da Lei 19.482, de 2011, que dispõe sobre medidas de controle da proliferação de mosquitos transmissores da dengue seja acelerado.
“A despeito de muitas dúvidas que existem sob o ponto jurídico, eu determinei que a implementação seja feita de maneira mais forte, ou seja, impondo, de fato, penalidades e sanções para que os agentes municipais, aí estamos tratando da questão mais municipal, possam, de fato, adentrar especialmente naquelas residências abandonadas ou onde haja percepção do perigo. Esse é mais um passo que vamos fazer porque o recrudescimento da dengue esse ano nos assusta a todos”, afirmou Anastasia.
Até agora, foram investidos 40 milhões do Tesouro Estadual no combate à doença. Uma das medidas anunciadas pela Secretaria de Saúde no último dia 23 de março foi o lançamento da campanha de incentivo ao uso da água sanitária (hipoclorito de sódio), visando estimular a participação da população no combate à Dengue.
Um milhão e meio de litros do hipoclorito de sódio está sendo entregue durante visita às residências, em 340 municípios, juntamente com o manual de utilização do produto. A água sanitária deve ser empregada em potenciais criadouros, ajudando a evitar a proliferação do mosquito da dengue. A medida visa atingir cerca de 4,5 milhões de pessoas.
(*) Com informações da Secretaria de Estado do Governo de Minas Gerais.