Com cidades à beira do colapso, secretário diz que Minas está 'tendo sucesso' na luta contra Covid

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
17/07/2020 às 15:09.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:03
 (Pedro Gontijo/Imprensa MG/Divulgação)

(Pedro Gontijo/Imprensa MG/Divulgação)

Minas está conseguindo em pleno auge da pandemia manter uma ocupação de leitos inferior a 100% em todas as regiões, de acordo com o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral. Dos 3.479 leitos de UTI existentes na rede pública estadual, 69% estão ocupados, sendo que a região mais preocupante é a Central, com 80% de ocupação. Os dados, porém, mostram a situação por regiões, mas há cidades que registram saturação na estrutura de atendimento.

“Tudo que o poder público pode fazer nessa epidemia é tentar ter um controle no número de casos, de forma que nós tenhamos uma ocupação de leitos inferior a 100%, para que praticamente todas as pessoas que tiverem a doença consigam assistência. Esse é o foco e objetivo principal de tudo que fazemos e, nesse momento, me parece que estamos tendo um resultado bom, tendo sucesso, porque não tem nenhum lugar, do ponto de vista de região, com ocupação 100%”, afirmou Carlos Amaral, durante coletiva nesta sexta-feira (17).

De acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Minas tem 2.402 pessoas internadas em leitos de UTI da rede SUS (hospitais públicos e filantrópicos), sendo que 25,91% desses casos estão relacionados à Covid. Ou seja, no Estado há 923 pacientes com diagnóstico da doença em terapia intensiva.

Somente em Belo Horizonte, que está na regional de saúde Central, 333 pessoas com Covid estavam internadas em leitos de UTI na quarta-feira (15), de acordo com boletim epidemiológico da prefeitura.

“Tivemos em alguns lugares uma ocupação maior, mas parece que não temos uma tendência explosiva de ocupação de leitos. O que estamos vendo e vimos essa semana inteira é que nós estamos mantendo essa ocupação (abaixo de 100%)”, afirmou o secretário.

O Estado tem ainda 19.690 leitos de enfermaria disponíveis na rede pública, sendo que 11.577 estão ocupados. Destes, 1.764 se referem a pacientes com o novo coronavírus. Desde março, mais de 10 mil mineiros já tiveram de ser internados na rede pública ou privada por causa da Covid. 

Amaral reforçou novamente que o isolamento social iniciado em março foi importante para que o Estado se preparasse de maneira adequada para evitar um colapso no sistema de saúde. Uma mostra disso, segundo ele, foi que o número de UTIs da rede SUS eram de 2.072 em fevereiro e foram ampliados para 3.479. Outras unidades devem ser ativadas em breve, já que respiradores estão sendo entregues em algumas cidades. Patos de Minas e Ituiutaba, por exemplo, devem receber os aparelhos nos próximos dias.

“A nossa epidemia ficou mais horizontalizada e não tivemos aquele aumento gigantesco de casos num período curto de tempo. Para nós isso foi muito importante, porque deu tempo para montarmos nossa rede de saúde”, disse Amaral.

Saturação em algumas cidades

Mesmo que a média de ocupação de leitos de UTI seja de 69% no Estado, em algumas cidades a situação é bastante crítica há várias semanas. É o caso de Ipatinga, no Vale do Aço, onde havia apenas dois leitos vagos nesta quinta-feira (16). O município chegou a fazer um alerta para a população, afirmando que “o momento é delicado e preocupante”. Na cidade de 264 mil habitantes, 72 pessoas já morreram por causa do novo coronavírus.Prefeitura de Ipatinga / N/A

Prefeitura de Ipatinga divulgou um alerta para a população nesta quinta-feira

Em Uberlândia, segunda maior cidade do Estado e principal referência em saúde no Triângulo Mineiro, a ocupação de leitos de UTI na rede pública chegou a 100% de ocupação em diversos dias desde junho. Nesta quinta-feira (16), havia 11 leitos disponíveis (contando pacientes com Covid e outras enfermidades). Nos 9 hospitais da rede SUS do município, há 96 pessoas internadas em terapia intensiva por causa do novo coronavírus.

Em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, a ocupação de leitos de UTI na rede particular está saturada há dias. Nesta quinta-feira (16), a ocupação na rede pública era de 83%, mas chegou a 93% no início da semana.

De acordo com os dados fornecidos pela SES-MG sobre a situação hospitalar no Estado, as regiões Norte e Vale do Jequitinhonha são as que possuem maior oferta de leitos de UTI livres. 

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