Com Maurício Tizumba e Rodrigo Borges, Divina Banda desfila neste sábado no tradicional Santa Tereza

Jéssica Malta
01/03/2019 às 13:32.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:47
 (Reprodução Facebook)

(Reprodução Facebook)

O músico Rodrigo Borges buscou na folia dos anos 1990 a inspiração para criar a Divina Banda, grupo que estreou no Carnaval de Belo Horizonte no ano passado e que sai neste sábado pelas ruas do tradicional bairro Santa Tereza. 

O modelo para a criação do grupo veio da Banda Santa, que derivou da reunião de amigos que se juntavam para celebrar ao final das partidas de futebol da turma. “Depois de um tempo, outras pessoas do bairro também começaram a participar e virou uma folia gigantesca e eles tiveram que parar por motivos de estrutura”, relembra Borges.

Assim, para resgatar a tradição que um dia foi construída no bairro, ele convidou um time de músicos consagrados na cena belo-horizontina para dar forma à banda. Composto por Ian Guedes, Juliano Nunes, Mauro Beléu e Mauricio Tizumba, que conduz a bateria “Tereza Beleza”, o grupo foi criado ainda por outro motivo. “Formamos uma banda com super músicos também para homenagear o meu pai, que completava 50 anos de música”, lembra.

O tributo ao pai – e porque não à tradição da Banda Santa – foi bem-sucedido. Na estreia, no ano passado, a Divina Banda arrastou cerca de 15 mil foliões pelas ruas do bairro. “Foi um público maravilhoso, bem eclético e não tivemos nenhum tipo de problema”, afirma o músico. 

Para esse ano, a expectativa é repetir a dose ao som de um setlist variado. “Valorizamos as canções do Clube da Esquina, um movimento que eu cresci acompanhando, mas também trazemos músicas da Bahia, como os Novos Baianos, axé dos anos 90, samba. É um repertório para que cada folião tenha a melhor experiência musical possível”, sublinha. 

Sustentabilidade

Urgências e questões contemporâneas também se fazem presentes na apresentação do grupo que, neste ano, desfila com o mote da sustentabilidade. A temática fica evidente nas próprias camisetas vestidas pela banda, todas confeccionadas com tecido feito a partir da reciclagem de garrafas pet. 

“Convidamos o artista plástico Fernando Pacheco, um embaixador da cultura de Minas, que trouxe o talento dele para fazer as camisetas”, diz Borges.

O músico ressalta a importância de trazer algumas temáticas para o Carnaval. “É importante a gente se divertir. O brasileiro e o mineiro, principalmente, andam precisando disso, mas que a gente se divirta com consciência. E, obviamente, a cultura é uma forma fundamental para esse tipo de crítica, mas com a leveza e o humor do ambiente carnavalesco”.

Tambor Mineiro

Condutor da bateria “Tereza, Beleza”, que toca com a Divina Banda amanhã, Tizumba reforça a importância de destacar o som dos tambores de Minas no Carnaval. 

“É uma festa muito forte no país inteiro. O samba no Rio de Janeiro, o frevo e Paracatu em Pernambuco, e aqui, a temos o tambor”, afirma. 
Além da apresentação com a bateria, Tizumba coloca seu bloco na rua no domingo, com saída do Tambor Mineiro, no bairro Prado. A questão ambiental, já presente na apresentação da Divina Banda, segue como mote também do bloco liderado pela músico.

“Há quatro anos saímos com o tema da lama para não deixar que a tragédia de Mariana caia no esquecimento, e agora, também a de Brumadinho. O Tambor Mineiro sai com esse objetivo de denunciar e continuar denunciando”, destaca. 

A Divina Banda e a bateria “Tereza, beleza” se concentram hoje, a partir das 10h, nas esquinas das ruas Mármore e Gabro, no bairro Santa Tereza. O desfile começa às 12h, no sentido da rua Bocaiúva com Divinópolis. É só chegar e participar!

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