Com risco de fechar, situação do único hospital de Santa Luzia é discutida por comitê

Thais Oliveira - Hoje em Dia
12/02/2015 às 18:45.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:00

Será feita, nesta sexta-feira (13), uma reunião pelo Comitê Gestor para discutir a situação do Hospital São João de Deus, o único de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em 30 de janeiro, a prefeitura municipal não renovou o contrato com a instituição e, desde então, o pronto-socorro está fechado. Os atendimentos de urgência, agora, são feitos apenas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade.   De acordo com o vice-provedor do hospital, Camilo Teixeira da Costa Filho, caso um novo acordo não seja firmado, a instituição correrá o risco de paralisar os demais atendimentos – todos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, apenas os setores de cirurgias e de internação estão em funcionamento. Já a maternidade fechou as portas em 2013 e não existe um Centro de Terapia Intensiva (CTI).   Conforme Filho, as dívidas do Hospital São João de Deus giram em torno de R$ 4 milhões. “A situação é ruim há muito tempo, mas piorou, pois, desde que a prefeitura cancelou o contrato, ficamos sem receber qualquer tipo de verba. Isso porque a administração municipal é a responsável por fazer os repasses estaduais e federais para o hospital”, explicou ao lamentar a crise financeira vivenciada pela instituição.   Outra preocupação é com o pagamento dos funcionários. Há dois meses os salários dos médicos estão atrasados. “Aos médicos que estão trabalhando atualmente, pagamos parte do que devíamos. Já os médicos que foram demitidos, vamos fazer parte do pagamento na semana que vem”, informou. Por causa do fechamento do pronto-socorro, cerca de 100 funcionários foram demitidos, sendo 40 deles médicos. “Só de rescisão, gastamos mais de R$ 500 mil”, destacou Filho.      Contrato   Segundo a prefeitura, o contrato, que teve duração de um ano, foi encerrado porque o hospital não cumpriu algumas cláusulas, dentre elas a que prevê a reabertura da maternidade e as que dizem respeito sobre a criação de setores como o de pediatria e o de ortopedia. “Desde 2013, não nascem e não são feitos atendimentos a crianças em Santa Luzia. A prefeitura, percebendo que o acordo não estava sendo cumprindo, decidiu por não fazer a renovação”, disse a assessoria de imprensa.    Conforme a administração municipal, cerca de R$ 295 mil eram repassados mensalmente à unidade hospitalar. Somando as verbas fornecidas pela prefeitura e pelo Estado, a entidade teria recebido cerca de R$ 17,5 milhões no ano passado.    Comitê Gestor   Na primeira reunião do Comitê Gestor, no último dia 6, foi destacado que a prefeitura perderá os incentivos mensais de R$ 300 mil do governo federal e de R$ 200 mil do Estado, caso não feche um novo acordo com o Hospital São João de Deus. Para tanto, ficou decidido que hospital deveria elaborar uma planilha de custos detalhada para apresentar à Rede Estadual de Urgência e Emergência.   Segundo o vice-provedor do hospital, um projeto já foi apresentado à prefeitura. Ele espera, agora, receber um retorno sobre a proposta nesta sexta-feira, durante a segunda reunião com o grupo. “Propusemos um contrato de emergência para que seja possível manter o hospital em atividade até uma definição final”, disse Filho.

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