Comer fora de casa em BH vira roleta russa por risco de contaminação

Izabela Ventura - Hoje em Dia
12/09/2013 às 07:17.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:53

Em Belo Horizonte, comer fora de casa é um risco para a saúde. Apenas 27% das refeições comercializadas em restaurantes e em barraquinhas nas ruas estão adequadas para consumo.

Em 67% dos alimentos preparados (seis vezes acima da média nacional) foi encontrado algum tipo de inadequação, como falhas na higienização, e o restante foi considerado altamente contaminado.

Os dados são da Proteste, associação de defesa do consumidor mais popular do Brasil. A pesquisa foi realizada em nove capitais brasileiras. Na mineira, foram recolhidas 15 amostras de alimentos em restaurantes de dois shoppings e em barraquinhas de rua. Em uma das amostras, recolhida no Centro da cidade – entre 6% e 7% do universo pesquisado – foi encontrado clostrídio sulfito redutor, agente causador da gastroenterite.

O infectologista Carlos Starling, vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia (SMI), reforça que substâncias como essa podem causar as chamadas Doenças Transmitidas por Alimentos (DTAs), que provocam sintomas como diarreia, vômitos, náuseas e dores abdominais.

“Algumas pessoas não reagem a essas contaminações, mas em outras, principalmente as que têm doenças crônicas, elas podem ser fatais”.

Impróprios

Em 67% das amostras coletadas em BH foram detectadas falhas de higiene em pelo menos uma das etapas do processo de preparação dos alimentos. Muitos continham fungos.

“É cena corriqueira ver folhas cruas fora do balcão refrigerado, o que é inadequado”, explica a nutricionista e pesquisadora da Proteste Manuela Dias.

O diretor executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas (Abrasel), Lucas Pêgo, atribui o alto índice de contaminação ou impropriedade à informalidade. Ele diz que 65% dos estabelecimentos do setor estão em situação irregular, sem alvará sanitário para funcionar.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) não comentou a pesquisa da Proteste, mas informou que faz fiscalizações sanitárias frequentemente.

De janeiro a agosto deste ano a Vigilância Sanitária de BH enviou para análise microbiológica 446 amostras de alimentos prontos para consumo. Só 274 foram aprovadas.

Em agosto, o órgão começou a monitorar os restaurantes da rota da Copa do Mundo de 2014, definida pela Belotur. A coleta de amostras termina em dezembro.

Segundo a Abrasel, 65% dos bares e restaurantes em Minas não têm alvará sanitário para funcionar.

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