Confiança mútua entre pais e filhos gera vínculos afetivos fortes e saudáveis

Izamara Arcanjo
Especial para o Hoje em Dia
08/08/2021 às 12:04.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:38
 (Pexels/Divulgação)

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Proximidade física maior entre pai e filho nem sempre representa um aprofundamento de vínculos, avalia o doutor em psicologia e também psicanalista Lucas Nápoli. 

Há pais que passaram a ficar mais tempo em casa, mas não necessariamente se tornaram mais próximos afetivamente dos filhos. “Em vez de sair de casa para ir ao trabalho, esse pai fica horas intermináveis no home office ou muito tempo no celular. A pandemia não fez milagres, ela apenas facilitou a aproximação e a interação daqueles pais que realmente desejavam ter contato, participar da vida de seus filhos”, garante.

Ainda para Nápoli, o elemento central na formação de qualquer vínculo afetivo é a confiança – que decorre de vários outros elementos, como autoridade, interesse e constância. “As crianças precisam perceber desde cedo que o pai é interessado no seu bem-estar, que ele é confiável, que se pode contar com o pai. Só se estabelecem vínculos afetivos fortes e saudáveis com confiança mútua e contínua”, diz.

O psicanalista ainda avalia que, por fazermos parte de uma sociedade em que alguns papeis são prioritariamente delegados às mulheres, como o cuidado com os filhos pequenos, muitos pais nem sabem que possuem determinados recursos afetivos ou habilidades, porque nunca foram colocados frente a frente com eles. Arquivo Pessoal

Psicanalista Lucas Nápoli reforça que pais precisam cuidar para que o tempo com os filhos tenha qualidade. Ele pondera que não adianta estarem em casa, no mesmo ambiente que os filhos, mas ligados apenas no home office, na internet 

“Em uma situação atípica como essa que estamos vivendo, em que pode até mesmo faltar a figura materna, o pai pode acabar percebendo que seus filhos possuem uma série de necessidades”, aponta.

Com otimismo, o especialista avalia que uma situação de crise pode se tornar grande oportunidade para que homens possam entender e participar da rotina, tomar consciência dos desafios e se tornar não apenas um “pai simbólico” na vida dos filhos.

“Embora no início da vida a figura paterna possa parecer não tão importante, pois quem provê a alimentação e as necessidades mais imediatas é a mãe, a criança sabe que ela veio ao mundo em função da união de duas pessoas e sempre espera ser amada e cuidada por ambos”.

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