Empresa ganha contrato no bojo da ‘Lava Jato’
Centro da aeronáutica é beneficiado em operação
A Operação “Lava Jato”, em março, já movimentava os bastidores tanto da política como da classe empresarial. Em Minas Gerais, empresa envolvida no esquema ganhava novo contrato público.
De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), foi apurado superfaturamento de R$ 17 milhões nas obras do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (Ciaar), em Lagoa Santa. O empreendimento já havia estourado o orçamento previsto, de R$ 216,4 milhões, em R$ 21,2 milhões, e estava atrasado em mais de dois anos.
Foi quando um novo aditivo foi assinado, postergando a entrega do empreendimento em mais cinco meses.
A empresa recontratada por meio de um aditivo de R$ 3,490 milhões foi a Schahin Engenharia, ré em ação de improbidade administrativa na Justiça Federal por denúncias de irregularidades nas obras do Ciaar, e denunciada por crimes de fraude à licitação na mesma obra. A Schahin também foi citada na “Lava Jato” como envolvida em esquemas de pagamento de propina.
O ex-gerente-executivo de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco, cita a Schahin como pagadora de propinas ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. O doleiro Alberto Youssef também menciona a empresa em uma das escutas onde se discute quem “pagou em dia” e quem “estava atrasado”.
PRIMEIRO PLANO
FURNAS – Ex-diretores de Furnas, entre eles o ex-presidente Carlos Nadalutti Filho, tiveram bens bloqueados e podem ter que devolver R$ 9,9 milhões, resultado de um aditivo contratual apontado como ilegal pelo MP e contratado pela empresa de energia. Nadalutti foi apadrinhado pelo hoje presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
SESC – Um rombo de R$ 70 milhões levou ao afastamento do presidente da Fecomércio e do Sesc/Senac, Lázaro Gonzaga. O Hoje em Dia mostrou os desvios com exclusividade.
HORIZONTES
PROTEÇÃO – O Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município aprovou, em 4 de março, o tombamento do conjunto urbano do bairro Santa Tereza, na região Leste de BH. A medida valia para 288 imóveis e quatro praças. Uma série de restrições para evitar a verticalização, estabelecendo metas para novas construções, foram deliberadas. A maioria dos imóveis a serem preservados é formada por casas e sobrados residenciais, mas também houve indicações para a igreja católica e os prédios do colégio Santa Tereza e da PM.
UM ANO DE MOVE – Após a implantação do modal, Belo Horizonte deu um passo importante em direção ao padrão de transporte público adotado em todo mundo: um sistema diversificado e integrado, avaliaram, na época, vários especialistas. Porém, o modelo ainda está distante de pôr fim aos problemas de trânsito da cidade e até mesmo de convencer as pessoas a deixar o carro em casa.
ALMANAQUE
MORTES - No dia 3, o cantor José Alves dos Santos, o José Rico, integrante de uma das duplas sertanejas de raiz mais famosas do Brasil, Milionário & José Rico, morreu aos 68 anos, vítima de parada cardíaca. O enterro reuniu 25 mil pessoas na Câmara Municipal de Americana (SP). Na teledramaturgia, o mês foi marcado pela perda do ator Cláudio Marzo, dia 22, aos 74 anos, vítima de complicações pulmonares, e do comediante Jorge Loredo, dia 26, por falência múltipla de órgãos. O ator ganhou fama com o personagem “Zé Bonitinho”, criado em 1961. Desde 2001, Loredo atuava no “A Praça é Nossa”, do SBT.
ESPORTES
ACIDENTE COM HELICÓPTERO – O mês de março foi marcado por um trágico acidente de helicóptero, que matou no dia nove, oito atletas que participavam da gravação de um reality show da TV francesa, na Argentina. Entre as vítimas do choque das duas aeronaves em pleno ar, estava a nadadora francesa Camille Muffat, campeã olímpica nos Jogos Olímpicos de Londres. A morte dos atletas e dos dois pilotos causou comoção no mundo esportivo.