Conflito de interesses pode deixar prédio do Cine Pathé ocioso

Rosildo Mendes - Hoje em Dia
11/03/2014 às 06:56.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:32
 (Carlos Rhienck)

(Carlos Rhienck)

Após deixar de exibir filmes, o tradicional Cine Pathé, na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte, virou igreja, estacionamento e agora pode ficar ocioso por tempo indeterminado. O motivo é a queda de braço envolvendo a prefeitura, o dono do imóvel e um shopping popular.

No âmbito da prefeitura existe, no Conselho do Patrimônio, a aprovação do projeto de uma empresa de arquitetura e da PHV Engenharia para a construção de um edifício comercial no local. Em contrapartida, o espaço seria revitalizado – a fachada e o foyer do antigo cinema (ambos tombados) mantidos – e cedido à Fundação Municipal de Cultura por cem anos, em contrato de comodato.

Mas o imóvel está alugado por quatro anos para um shopping popular, que deveria ter sido inaugurado no ano passado, e locatário e proprietário querem a liberação do alvará para imediato funcionamento. Se houver a liberação do alvará, a instalação de um espaço cultural, pretendido pela fundação, seria deixada de lado.

“A prefeitura só poderia utilizar o espaço se houvesse a construção do prédio”, afirmou o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas Oliveira.

Caso o proprietário recuse definitivamente a construção do prédio – e a implantação do centro cultural –, a fundação vai analisar o projeto para saber qual caminho a seguir. “Não há nenhum pedido de alvará de funcionamento de shopping na fundação, que também deveria ter recebido a solicitação. Até então, esperamos a construção do edifício”, disse Oliveira.

De acordo com o diretor do Cinearte, Bruno Henriques, proprietário do Cine Pathé, o imóvel está locado até 2017 e a preferência de utilização do espaço é do atual locatário. “Todo mês recebemos o aluguel da empresa. Aguardamos a liberação do alvará. Se a prefeitura fizer uma proposta de compra ou locação, podemos negociar”.

Em nota, o Shopping Xavantes confirmou que o imóvel ainda está alugado e o contrato é de quatro anos. E que a administração não tinha conhecimento do projeto da prefeitura.

Já o diretor de desenvolvimento da PHV, Marcos Paulo, disse que aguarda definição do proprietário para dar sequência ao projeto. “Nós não sabemos de uma possível desistência da construção do prédio. Apenas aguardamos o dono acertar a situação com o inquilino”, informou.
 

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