Obras para aumentar a fluidez do trânsito em Belo Horizonte deixam ao relento milhares de passageiros de ônibus. Intervenções nos principais corredores viários levaram à retirada da estrutura física de vários pontos. Sem abrigo, placa indicativa das linhas e até espaço suficiente para as pessoas ficarem de pé, os usuários sofrem para se deslocar. 

A capital tem 430 linhas de ônibus. A maioria passa pelo Centro. Porém, faça chuva ou sol, dos 9 mil pontos espalhados pela cidade, apenas 1.994 contam com equipamento para proteger os passageiros.

Cavalete

A equipe do Hoje em Dia não precisou percorrer grandes distâncias para comprovar os problemas. Na avenida Antônio Carlos, altura do número 3.500, no bairro São Francisco (Pampulha), o único indício de que há um ponto de ônibus ali é um cavalete com uma placa.

O improviso se repete próximo ao Conjunto IAPI, na mesma avenida, no bairro São Cristóvão (Noroeste de BH). Em frente ao campus da UFMG, os próprios usuários “elegeram” um poste de iluminação como referência para o local de embarque e desembarque.

Nas avenidas Tereza Cristina, onde são feitas obras do Boulevard Arrudas, e Cristiano Machado, que receberá o BRT, pontos também foram removidos.

Para o consultor em trânsito Silvestre de Andrade, não oferecer conforto nem segurança é só um dos fatores a tornar o transporte coletivo menos atraente.

“O abrigo é importante, principalmente em pontos de linhas distintas, onde muitos usuários se aglomeram. Mas há outras falhas, como a falta de regularidade dos horários, situação que também reduz a confiabilidade no sistema”.

Os pontos de ônibus são gerenciados pela BHTrans. A empresa informou que eles passam por readequações até a conclusão das obras. Haverá remanejamento com a construção de abrigos temporários, mas não foi dito o prazo para isso acontecer.

(*) Com Renato Fonseca

Compartilhar