(Flávio Tavares)
Imprudência e falta de infraestrutura fazem do Anel Rodoviário um caminho extremamente perigoso. Essa realidade foi captada pelo repórter fotográfico do Hoje em Dia Flávio Tavares, em ensaio realizado nesta sexta-feira (15), dois dias após o engavetamento que matou uma pessoa e feriu outras quatro na descida do bairro Betânia, um dos trechos mais perigosos da via. Em todo o percurso, o que mais chama a atenção é a alta velocidade que os veículos trafegam, principalmente os caminhões. Alguns ultrapassam os 100 km/h, enquanto a velocidade permitida é de 60 km/h. Quando chegam nos radares fixos, nos estreitamentos de pista e em engarrafamentos, os motoristas quase não têm condições de parar. Prova disso, é o forte cheiro de lonas de freio queimadas e as marcas das frenagens frequentes em toda rodovia. Em vários casos, a rápida redução de velocidade termina tragicamente. Nesta sexta-feira (15), por exemplo, o motorista de um caminhão baú entrou sem sinalizar em um acostamento, no Km 537, batendo em outros dois veículos de carga. Um deles ficou com a frente destruída. Por sorte, ninguém ficou ferido. Fora da lei Em vários pontos, caminhoneiros utilizam a pista da esquerda, proibida para veículos de carga. Pedestres também se arriscam ao cortar caminho pelas pistas, deixando de utilizar as passarelas que, muitas vezes, são usadas por motociclistas. Além dos abusos cometidos por quem passa pelo Anel, a falta de estrutura da via torna o caminho incerto. Poucos são os trechos com acostamentos e marginais. Além disso, edificações irregulares ocupam áreas que poderiam ser usadas para escape. Até varais foram encontrados às margens da via. Próximo à entrada do bairro Palmares, no sentido Vitória, apenas um buraco onde o esgoto é lançado separa um conjunto de dez pequenas casas na rodovia. Em outras áreas, bueiros abertos, encostas caindo, radares quebrados e a falta de sinalização tornam mais evidente a necessidade de investimentos no Anel e em vias alternativas.