Conheça histórias de quem faz plantão nas noites de Natal e Réveillon

Thaís Mota - Do Portal HD
22/12/2012 às 10:33.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:56
 (Facebook/Reprodução)

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Enquanto quase todo mundo está festejando o Natal ou a chegada do Ano Novo, eles estão dando duro em fábricas, unidades de saúde e casas noturnas. São garçons, vigias, profissionais de saúde, entre outros, que compartilham datas especiais como estas com os colegas de trabalho. O bartender e empresário Geraldo D'Castro, de 25 anos, não ceia com a família nem comemora a virada do ano com os amigos há pelo menos oito anos. Nas noites de Natal e Reveillón, ele está promovendo festas ou preparando e servindo drinks na Cinco Club, casa noturna localizada em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). "Essa época de dezembro é muito cheia, então quando não estou no boate estou realizando festas com a empresa que tenho, contactando fornecedores e organizando eventos. Mas por outro lado também é muito lucrativa", justifica.   Este ano Geraldo, mais conhecido como Samura San, vai trabalhar nos dias 24 e 25 na casa noturna e no dia 31 vai promover uma festa com sua equipe de barmen e bartenderes. Segundo ele, apesar de ser comum as pessoas passarem o Natal com a família e o Reveillón em clubes ou em praias, as casas noturnas também têm grande movimento nestas datas. "Tem muitos universitários que são de fora, mas moram em BH pra estudar, e também jovens que ceiam com a família e depois vão pra balada", conta.   Além das festas de fim de ano, o bartender ainda passará o aniversário, comemorado neste sábado (22), ao lado dos colegas de trabalho que prometeram amarrá-lo e jogá-lo em uma caixa de gelo ao final do expediente. Mas ele já se acostumou com a rotina e conta que por causa de seu trabalho fez muitos amigos na noite e eles acabam o visitando sempre nas festas e clubes onde ele está. "Não espero Papai Noel há oito anos e sempre estouro o champagne atrás do balcão. Mas faços questão de almoçar com minha família no dia 25" diz.   Assim como Geraldo, a técnica em patogologia no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, Maria Gorett Paiva de Oliveira, passará a noite de Natal no atendimento às vítimas de acidentes e brigas, que segundo ela, são muito comuns em datas como estas. "Geralmente acontece muita pancadaria no Natal e também no Dia das Mães, que é quando as famílias se reúnem, acabam bebendo demais e as comemorações terminam em pancadaria", conta.   Há 30 anos como funcionária do HPS, Maria Gorett diz que não se acostuma com o fato de ter que passar o Natal longe do marido e dos filhos, de 19 e 20 anos, mas conta que os plantões em data especiais fazem parte da rotina de todo trabalhador da área de saúde. "Todos têm família e querem passar o Natal em casa, então a gente já sabem que temos que nos sacrificar e eu gosto muito do que faço", explica.   A técnica em patologia diz ainda que tudo era mais difícil quando seus filhos eram menores. "Eles reclamavam muito quando eu saia pra trabalhar e eu ficava com o coração na mão, afinal a gente gosta de participar da ceia e de ficar com a família", conta. Esse ano, Goretti vai trabalhar de 18 horas do dia 24 às 6 horas do dia 25 e a ceia ficará por conta do marido e dos filhos e depois terá três dias de folga, além de não estar escalada para o plantão de Ano Novo.   Solidão   "Já acostumei e trabalho satisfeito, afinal a gente precisa trabalhar", conta o vigilante da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Antônio Carlos. Há 19 anos na profissão, ele já se habituou a passar as festas de final de ano longe da mulher e dos filhos, de 9, 13 e 16 anos.    Antônio vai passar as noites do dia 25 e do dia 31 sozinho no trabalho e esta não é a primeira vez. Durante o turno em que trabalha, o vigilante é responsável pela segurança do prédio da PBH e passará as datas sem a companhia de ninguém. "Minha família reclama um pouco, mas eu me sinto bem porque gosto do que faço", contou.

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