Conscientes e engajados, belo-horizontinos se dedicam a cuidar da cidade

Thais Oliveira
taoliveira@hojeemdia.com.br
11/12/2016 às 22:20.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:02

Com carinho e atenção, Cleia Assis cuida da praça Acácia Amarela, no Sion, região Centro-Sul de Belo Horizonte, deixando o espaço arborizado e revitalizado. Com força e determinação, Magali Trindade protege a Mata do Planalto, na região Norte, da especulação imobiliária. Já Luiz Cláudio Silva usa a criatividade para divulgar o nome da capital em outros Estados, enquanto Rogério Fernandes e Hely Costa se apegam ao talento e deixam o patrimônio de BH ainda mais bonito. As histórias são diferentes, mas o sentimento é comum: todos amam a metrópole, que completa hoje 119 anos.Cristiano Machado / N/A“Tenho paixão por arte de grandes proporções. Hoje, tenho em torno de 50 murais de vários tamanhos na cidade. Essa é uma forma de deixar um trabalho democrático para as pessoas, porque fica exposto 24 horas por dia, já que não está dentro de galerias. Para mim, a rua é um desafio, porque coloco a cara a tapa, e as pessoas podem dizer se gostaram ou não. Mas é muito gratificante, porque vejo o impacto e a receptividade de todos” (Rogério Fernandes, artista plástico e muralista. Há mais de 10 anos coloca arte em muros da cidade)

Para o urbanista e professor da PUC Minas, Manoel Teixeira, “a responsabilidade de cuidar do espaço urbano é do poder público, mas é importante que os moradores tenham a consciência de que o espaço é de todos”. Segundo ele, é preciso que as pessoas se sintam comprometidas com a cidade. “A visão da maioria infelizmente é de descaso. Quem cuida tem que ser reconhecido”, considera o urbanista. A seguir, o relato de alguns dos vários protetores da capital.

 Cristiano Machado / N/A“Quando vou para São Paulo, para Rio ou, até mesmo, para o exterior, no fim da viagem já estou morrendo de saudade e vontade de voltar. E quando escuto lá fora que a roupa daqui é bem-feita, é um orgulho. Nasci em Uberlândia e vim para cá aos 7 anos. Então, considero-me um belo-horizontino. Falo sempre que sou de BH” (Luiz Cláudio Silva, estilista. Criador da marca Apartamento 03, levou o nome de BH por meio do seu trabalho para 19 estados brasileiros)

 Flávio Tavares / N/A“Quando chegamos, a escada estava quebrada, tinha muito barro. Restos de construção eram jogados aqui. Ainda sofremos com a depredação. Por isso, é um trabalho constante. Hoje a praça está linda. Recuperamos o que é depredado ou roubado. Não há nada mais gratificante do que cuidar, porque há um sentimento de pertencimento por esse lugar” (Cleia Assis, aposentada. Cuida da Praça Acácia Amarela, no Sion, junto ao marido João Silvério há cerca de 10 anos)Lucas Prates / N/A“Sou moradora do bairro há mais de 50 anos e fiquei sabendo que tinha um projeto para construir empreendimentos na mata. Procurei a associação do bairro para que, juntos, defendêssemos o local. A gente ama isso aqui. A luta é porque o planeta está gritando por socorro. Sem árvore, não tem água. Sem água, ninguém sobrevive. O particular não pode sobrepor o coletivo” (Magali Ferraz Trindade, presidente da Associação de Moradores do Planalto. É uma das articuladoras do grupo que luta contra a construção de prédios na Mata do Planalto) 

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