Contaminação mortal por dietilenoglicol levou à criação da FDA, agência de controle dos EUA

Rodrigo Gini
rgini@hojeemdia.com.br
14/01/2020 às 16:50.
Atualizado em 27/10/2021 às 02:17
 (FDA)

(FDA)

 A existência do dietilenoglicol e os riscos ligados à sua ingestão pelo organismo vieram a tona com a identificação da síndrome nefroneural que atingiu 17 pacientes em Minas. A substância foi encontrada nas análises feitas pela Polícia Civil em garrafas da cerveja Belorizontina, da Backer, e também em um dos tanques de produção da empresa, no bairro Olhos D´Água, região Oeste de Belo Horizonte.

O que muita gente não sabe é que esse mesmo material está por trás da criação, há 82 anos, de uma das principais agências de controle da produção de alimentos e remédios, a Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos. Por conta de uma contaminação que acabou provocando mais de 100 mortes no país.

No ano de 1937, uma empresa farmacêutica do Tennessee resolveu desenvolver uma versão líquida do antibiótico Sulfanilamida (também conhecido como Sulfa). Para isso, se valeu do dietilenoglicol para dissolver a droga. Como à época não eram exigidos testes de validação, o material chegou ao mercado sem controle, provocando as mortes em massa.

O que levou o físico e homeopata Royal Samuel Copeland, senador democrata por Nova York, a apresentar, no Congresso, uma lei disciplinando o uso de substâncias pelas indústria alimentícia e farmacêutica, estabelecendo protocolos de testes e definindo competências para julgar e punir casos semelhantes. Em 1938, era aprovado o Ato Federal para Alimentos, Drogas e Cosméticos (FDCA, na sigla em inglês). A legislação deu origem à FDA, que até hoje se encarrega de avaliar e aprovar a entrada no mercado de remédios e substâncias usadas na produção de alimentos (corantes, conservantes e aditivos químicos).

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