Contra acidentes, alternativa é investir em novas tecnologias

Iêva Tatiana - Hoje em Dia
11/11/2015 às 07:02.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:25
 (Editoria de Arte )

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Novas tecnologias empregadas nas barragens de minério podem evitar que outros desastres aconteçam. Uma delas é o reaproveitamento do material e a eliminação da água dos rejeitos. A solução, no entanto, tem custo elevado.

De acordo com o consultor em mineração e meio ambiente Vitor Feitosa, uma das técnicas mais modernas é o “empilhamento drenado”, que consiste no acúmulo de rejeitos secos. “A estabilidade de uma barragem está ligada à presença de água. É preciso fazer com que a água tenha saída, senão haverá problemas que podem gerar acidentes. Com esse método, a água é retirada antes de o rejeito ser empilhado”, explica Feitosa.

No entanto, ele destaca que nem sempre o empilhamento drenado é possível, já que é preciso levar em consideração as características do material que é direcionado às barragens.

Alternativa

Outra medida apontada pelo especialista é a utilização do rejeito para outras finalidades, evitando o acúmulo nas barragens.

Um exemplo é a contenção das voçorocas (erosão no solo) na região do Campo das Vertentes, onde elas são mais comuns. “Algumas cidades teriam a possibilidade de recuperar grandes porções de terra, o que seria um imenso benefício”, afirma Feitosa.

Outra forma de aproveitar o rejeito é transformá-lo em bloquetes e tijolos. Mas, nos dois casos, o custo seria alto para as mineradoras, o que inviabiliza a adoção destas alternativas. “O que encarece a mineração é o transporte de um lado para o outro”, conclui o especialista.

Prioridade

O engenheiro geólogo Edézio Teixeira de Carvalho também aponta a questão financeira como um dos maiores entraves à eliminação das barragens de rejeito de minério.

“Se fosse fácil, já teriam sido adotadas (outras ações), com certeza. Parte do material dispensado pelas empresas poderia ser transferida para outros locais, mas são circunstâncias que não vão acontecer sempre”, ressalta o engenheiro.

Ele enfatiza que qualquer que seja a destinação do rejeito, é preciso considerar a segurança das estruturas que o material encontrará pelo caminho no caso de rompimento da barragem.

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