Controle de qualidade das águas mineiras direciona estratégias para preservar recurso

Hoje em Dia
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05/04/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:00

O monitoramento da qualidade das águas, realizado pelo Governo de Minas, por meio do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) comemora 20 anos em 2017. O objetivo é, por meio da análise do recurso natural, conhecer a qualidade, condições e a quantidade das águas, como ferramenta básica para definir estratégias que busquem a conservação, a recuperação e o uso racional dos recursos hídricos.

A Gerência de Monitoramento de Qualidade das Águas (Gemoq), ligada ao órgão, atua na coordenação e execução dos trabalhos de implantação, operação e manutenção das redes de qualidade de águas superficiais, e subterrâneas, por meio de geoprocessamento, o que propicia a espacialização das diferentes informações.

De acordo com a gerente da Gemoq, Katiane Brito, para um equilíbrio sustentável, é preciso gestão eficiente e fiscalizadora para a preservação dos recursos hídricos. “O monitoramento direciona as áreas prioritárias para atuação e avaliação da efetividade do controle ambiental”, explica a gerente.

Cooperação

O Governo do Estado e a Agência Nacional de Águas (ANA), visando ao fortalecimento institucional e à gestão sistemática dos recursos hídricos, firmaram, em janeiro de 2016, um acordo de cooperação, para garantir a aplicação dos recursos provenientes do Programa Nacional de Qualidade da Água (Qualiágua). 

O acordo objetiva transferir recursos financeiros para os estados que cumprirem as metas pactuadas de monitoramento, e divulgação dos dados de qualidade da água.

As águas em Minas Gerais começaram a ser monitoradas em 1977 e, naquele momento, o foco eram as bacias dos rios das Velhas, Paraopeba e Paraíba do Sul

Dentre as ações previstas no cronograma está, por exemplo, a ampliação do monitoramento já operado pelo Projeto Águas de Minas. Serão implantadas 20 novas estações de monitoramento, além da operação, neste ano, de 94 estações de monitoramento qualitativo, com medição simultânea de vazão do Minas. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) destaca, também, que Minas Gerais foi o primeiro estado do país a assinar esse acordo.

Desafios

Segundo Katiane Brito, Minas já avalia praticamente todos os parâmetros de qualidade da água previstos na Rede Nacional de Qualidade das Águas. O maior desafio para os próximos anos será, justamente, a medição de vazão simultânea em parte dos pontos, uma vez que, até o ano de 2016, essa medição não era realizada na rede de monitoramento estadual.

“O Governo de Minas, por meio do Igam, já recebeu o primeiro repasse da ANA em 2016, e temos mais dois repasses previstos para o ano de 2017, cerca de R$ 2 milhões”, disse. Esses recursos serão aplicados na expansão e aperfeiçoamento do programa de monitoramento e na capacitação do corpo técnico.

Controle é feito na superfície e no subterrâneo

Um monitoramento amplo e completo é feito nos cursos d’água de Minas, sob duas abordagens: das águas superficiais e subterrâneas.
A rede que controla a qualidade das águas superficiais é composta por uma macro rede de 569 estações de amostragem, que realizam o monitoramento dos cursos d’água. 

A rede é distribuída nas bacias hidrográficas dos rios São Francisco, Grande, Doce, Paranaíba do Sul, Mucuri, Jequitinhonha, Pardo, Buranhém, Itapemirim, Itabapoana, Itanhém, Itaúnas, Jucuruçu, Peruípe, São Mateus, e Piracicaba/Jaguari.

Na sub-bacia da Lagoa da Pampulha e no entorno da Cidade Administrativa de Minas Gerais (CAMG), e Parque Estadual Serra Verde (PESV), são operadas redes de monitoramento específicas, chamadas de redes dirigidas. Atualmente, essas redes possuem 21 estações de monitoramento.

Poços

O Igam realiza o monitoramento das águas subterrâneas em Minas desde 2005. Atualmente, a rede contempla 143 poços de monitoramento, nas bacias dos rios São Francisco, Grande e Paranaíba. 

Os principais aquíferos destas regiões são: Guarani, Bauru, Urucuia, Norte de Minas e Velhas. Os pontos monitorados, em sua grande parte, são poços de produção e, também, poços rasos e nascentes. As características hidroquímicas das águas subterrâneas estão relacionadas a fatores como a composição mineralógica da rocha, as condições de circulação e armazenamento da água, dentre outros.

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