Copa exige 3 mil leitos hospitalares em Belo Horizonte

Fernando Zuba - Do Hoje em Dia
22/07/2012 às 08:00.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:44
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

Em menos de dois anos, o sistema de saúde de Belo Horizonte poderá entrar em colapso se novos três mil leitos hospitalares não forem construídos. E o estopim será em 2014, em plena Copa do Mundo. A previsão é da coordenadora da Comissão Técnica de Infraestrutura e Meio Ambiente da Associação dos Hospitais de Minas Gerais (AHMG), Renata Miari.
 
Especialista em engenharia hospitalar, ela afirma que o problema afetará unidades públicas e privadas. “Se hoje não temos estrutura adequada para atender a população, que dirá os turistas, caso haja uma eventualidade”, ressalta.
 
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), BH dispõe de 10.126 leitos, incluindo os particulares. Do Sistema Único de Saúde (SUS) são 6.093. Na atual, gestão foram criados 838 leitos. A previsão é que até o fim de 2012 sejam abertos mais 219. Até 2014, de acordo com a SMSA, a rede pública deverá oferecer 6.711 vagas, ou seja, mais 618.
 
Renata Miari destaca que, dos 68 hospitais de BH, 17 são públicos e 51 privados e filantrópicos. “Isso comprova a importância da rede complementar de assistência à saúde na capital, beneficiando também a população da região metropolitana e de todo o Estado”, explica.
 
Sobre a falta de leitos hospitalares em BH e a precariedade do atendimento à população, seja pelo SUS ou na rede complementar, Renata Miari enumera alguns fatores que contribuem para agravar a situação. “A ascensão econômica das classes C e D tem possibilitado que mais pessoas tenham acesso aos planos de saúde. Porém, ao invés de crescimento da oferta do número de leitos, está havendo um decréscimo. De 2000 até hoje, foram fechados pelo menos oito hospitais na capital”, alerta.
 
Outro fato que agrava a assistência à saúde, segundo a especialista, é que 50% dos leitos de BH são ocupados por pacientes de várias regiões do Estado. “Na nossa realidade, a espera nos pronto-atendimentos é de quatro a seis horas. Exames são marcados para no mínimo 14 depois”.

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