Copasa vai combater 'gatos' para evitar desperdício de água

Ricardo Rodrigues - Hoje em Dia
21/12/2015 às 17:42.
Atualizado em 17/11/2021 às 03:25
 (Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

O combate a “gatos” e captações irregulares de água é prioridade em 2016, afirmou a presidente da Copasa, Sinara Meireles, durante  solenidade que marcou o início da captação de água do rio Paraopeba, em Brumadinho, que afasta o risco de crise hídrica na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

A adutora de 6,5 quilômetros vai bombear cinco mil litros de água por segundo até a estação de tratamento (ETA) de Rio Manso, que pertence ao sistema Paraopeba. Com a adutora, em três anos será possível recuperar os níveis dos três reservatórios do sistema. “Não vai ter aumento de tarifa por conta da obra”, garantiu Sinara.

Para o interior do Estado, não há obras previstas para 2016, mas a presidente adiantou que a Copasa terá dinheiro para recuperar barragens no Norte de Minas e para perfurar poços subterrâneos em municípios do interior, onde as condições de abastecimento não forem  adequadas.

Sinara disse que o programa Caça-gotas diminuiu em 51% o tempo para correção de vazamentos de água na capital, passando de 9 horas para 4 horas e 49 minutos, o que teria possibilitado  significativo combate ao desperdício. Porém, ela não informou qual o índice de redução obtido com a fiscalização de ligações clandestinas.

Segundo ela, é possível reduzir  a perda de água tratada se instalar tubulações mais novas, trabalhar com pressões mais baixas e renovar os hidrômetros.

Em janeiro deste ano, entre a oferta de 15 mil litros de água por segundo e um consumo de 9 mil l/s, a Copasa tinha perda média de 40% na etapa de distribuição na RMBH. A empresa se inspira em modelos europeus para reduzir as perdas, tendo por referência cidades como Lisboa, Tóquio e Berlim, que desperdiçam de 3% a 4% da água que produzem, ou seja, dez vezes menos que a estatal mineira.

A meta de reduzir de 40% para 30% até 2018 a perda de água tratada é alvo de críticas de especialistas em recursos hídricos, que cobram rigor diante de tamanho desperdício, provocado por furos nos canos, redes defeituosas carentes de manutenção e por ligações clandestinas.

Presente

“Um presente antecipado para a população”. Assim o governador Fernando Pimentel (PT) se referiu à adutora que permite aumentar em 5 mil l/s a oferta de água tratada no sistema Paraopeba,integrado por Rio Manso, Vargem das Flores e Serra Azul.

Antes de acionar o conjunto de bombas da adutora, o governador lembrou que no início deste ano os reservatórios que abastecem a região metropolitana da capital estavam à beira de um colapso, com  apenas 6% do volume.

“Hoje o conjunto de reservatórios  tem menos de 30% do volume, mas, chovendo ou não, não vai faltar água na RMBH”, disse.

Pimentel destacou que o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Sebastião Helvécio, ajudou a formatação jurídica do contrato já existente com a Odebrecht Ambiental, que possibilitou a construção da adutora em tempo recorde.

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