Coronavírus já provocou mais mortes em Minas do que câncer de mama

Renata Galdino
rgaldino@hojeemdia.com.br | @renatagaldinoa
16/08/2020 às 15:14.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:18
 (Editoria de Arte)

(Editoria de Arte)

Só em quatro meses, a Covid-19 já matou mais mineiras que o câncer de mama, desde o início do ano. Até 31 de julho, 903 mulheres não resistiram a esse tipo de tumor, o campeão de mortes no país. Em bem menos tempo, o coronavírus fez 1.169 vítimas do sexo feminino no Estado. O primeiro óbito registrado foi em 29 de março.

Em meio aos números, repassados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), médicos reforçam o alertam para cuidar da saúde e blindar o organismo contra ambas as doenças, mantendo a proteção contra o vírus e a prevenção ao câncer.

O alerta é ainda maior porque a pandemia de Covid-19 reflete diretamente no combate ao câncer de mama. Apenas em Belo Horizonte, a Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional Minas Gerais (SBMMG) afirma que a realização de exames como mamografia caiu 80% em março e abril. 

Parte da redução dos exames é atribuída a uma nota técnica do Instituto Nacional do Câncer (Inca), de 30 de março, recomendando adiar o rastreamento de câncer e as consultas eletivas, para evitar contaminação pelo novo vírus. 

Por outro lado, a presidente da SBMMG, Annamaria Massahud, diz que o medo de contágio impediu muitos pacientes de procurem o médico e, possivelmente, fazer um diagnóstico precoce. Ela reforça que atendimentos a mulheres que descobriram nódulos durante o autoexame não foram suspensos. “Em junho e julho houve a retomada do rastreamento, mas não está como antes. Ficamos praticamente a metade do ano sem fazer exame que detecta lesões que não são palpáveis”.

Segundo os especialistas, a sobrevida nos casos descobertos precocemente chega a 98%. Mulheres que notam algum nódulo no seio ou estão com mamilo diferente, por exemplo, devem procurar ajuda o quanto antes.

O gerente de Atenção Primária à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), Fernando Gonçalves, estima aumento nos atendimentos a mulheres na rede pública até o fim do ano. Férias de servidores foram remanejadas para não prejudicar a assistência.

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Em BH

Até 15 de junho, conforme a SMSA, 174 casos de câncer de mama foram diagnosticados na capital. Em todo o ano passado foram 1.129 e 493 mortes. Os óbitos em 2020, até 31 de julho, chegaram a 275 - na data, 528 homens e mulheres já tinham perdido a batalha contra a Covid-19.

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