Corredor exclusivo da Antônio Carlos, feito em 2010, tem dois buracos por km

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
23/01/2017 às 20:08.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:31

A durabilidade de uma via de concreto deveria ser de pelo menos 20 anos, segundo especialistas. Mesmo assim, a pista do Move na avenida Antônio Carlos, construída em 2010, já está repleta de buracos. Nos 8,5 km do corredor exclusivo entre a Lagoa da Pampulha e o complexo da Lagoinha, no sentido Centro, há 19 deles, de diversos tamanhos, além de muitas rachaduras. A média é de um buraco a cada 447 metros.

A reportagem do Hoje em Dia percorreu toda a extensão da avenida. Detectou que alguns buracos chegam a atrapalhar a mobilidade dos ônibus, como um próximo ao viaduto Moçambique, no bairro Cachoeirinha, região Nordeste. Para passar neste trecho em segurança os motoristas são obrigados a reduzir muito a velocidade. 

O local onde se percebeu uma maior incidência de buracos foi próximo ao cruzamento com a avenida Américo Vespúcio, no bairro Aparecida, na mesma região. “A via tem muitos buracos e alguns são grandes. Teve um grande na Lagoinha que foi tapado recentemente e disseram que vão arrumar este”, afirma um motorista, que pediu para não ser identificado, ao comentar sobre o buraco próximo ao viaduto Moçambique. 

31 buracos foram detectados pela reportagem do Hoje em Dia nos dois sentidos da avenida Antônio Carlos

Os usuários do transporte coletivo também reclamam. “Tem buracos demais, especialmente na região dos bairros Aparecida e Cachoeirinha. Quem não se segura direito dentro do ônibus corre o risco de se machucar”, conta o segurança Jorge Ferreira, de 45 anos. Flávio Tavares / N/AVÁRIOS – Buracos foram tapados na Cristiano Machado, próximo à Estação São Gabriel

Recuperação

A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) afirma que está providenciando contratação de empresa para executar os serviços de recuperação da pista em caráter emergencial no trecho próximo ao elevado Moçambique. Uma estimativa de custo para a obra está sendo levantada, e “as causas da depressão na via serão analisadas durante a execução dos serviços de escavação e demolição da placa de concreto da pista”, segundo a Sudecap. 

O órgão explica ainda que recuperou semana passada a área próxima ao Conjunto IAPI. Na semana que vem, a recuperação será estendida à outra pista, no sentido bairro-centro.

Causas de danos na via devem ser definidas em estudo

Somente uma análise criteriosa poderá definir quais são os motivos para os buracos e rachaduras na avenida Antônio Carlos, segundo Valéria Vasconcelos, diretora do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape). “O estudo é importante para saber se houve algum problema no projeto, na execução ou na qualidade do material usado”, explica a engenheira. 

De acordo com ela, o uso de asfalto para tapar buracos em vias de concreto é uma medida emergencial, mas com durabilidade pequena. “São materiais diferentes, e o asfalto é mais suscetível ao calor. O ideal é substituir a placa de concreto, mas isso exige um maior planejamento, pois é preciso interditar a via”, afirma. Flávio TavaresMAIOR INCIDÊNCIA – A região próxima à Estação Américo Vespúcio possui um maior número de buracos que as outras partes da faixa de circulação exclusiva da avenida Antônio Carlos

Segundo a Sudecap, o asfalto é usado quando a medida é necessária, embora paliativa, por ser tratar de um pavimento rígido. Essa obra de menor complexidade é executada pela regional competente.

Mutirão

Além de melhorar as vias exclusivas do Move, a Prefeitura de Belo Horizonte está diagnosticando os problemas das estações. Ontem a BHTrans realizou mutirão de manutenção preventiva e corretiva nos elevadores e nas escadas rolantes na estações Pampulha, Vilarinho, São Gabriel e Barreiro. “Nosso foco é a manutenção preventiva e a conscientização da população, porque existe muita depredação”, diz o diretor-presidente da BH Trans, Célio Freitas Bouzada. 
 

Confira o vídeo com os problemas:

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