Cortejo em BH homenageia policial morto em tentativa de assalto

Sara Lira - Hoje em Dia
12/08/2015 às 10:15.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:19
 (Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

Aproximadamente 300 policiais militares e familiares em passeata, e viaturas em comboio acompanharam o enterro do soldado da corporação que foi morto na terça-feira (11). Eles saíram do velório próximo ao Cemitério do Bonfim em direção ao Cemitério da Paz, onde o jovem de 26 anos foi sepultado.   Por causa do cortejo, o trânsito na avenida Pedro II ficou complicado no meio da manhã. Os participantes da passeata se juntaram a outras centenas de policiais militares, civis e guardas municipais, que prestaram a última homenagem à vitima.   De acordo com o presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares (Aspra), Marco Antônio Bahia, o protesto foi uma forma de homenagear o militar morto e protestar contra o assassinato de policiais militares.   “O único agente de segurança que está na linha de frente do combate ao crime é o policial militar. Além disso, a PM desempenha um trabalho mas a Justiça é falha, pois a PM prende e depois a pessoa é solta. Esse bandido que matou nosso colega já deve ter sido preso outras vezes”, lamentou.   O clima no cemitério era de total comoção, tanto por parte da família, quanto dos militares que trabalhavam com o policial. Abalados, muitos deles não conseguiram segurar as lágrimas no momento da homenagem enquanto o caixão descia e a corneta tocava uma canção fúnebre.   Segundo o major Welson Rezende, subcomandante do 40º Batalhão da PM, onde o militar servia há 5 anos na Companhia Tático Móvel, o soldado era muito querido pelos colegas. "Não tinha inimizades e todos gostavam muito dele. Era amigo de todos no Batalhão" lembra.

Saudade

Para a família e amigos do militar resta apenas a saudade. É o que afirma a tia dele, Cheila Hipólito. “É o primeiro neto da minha mãe e um doce na família. Não estamos aceitando ainda”, lamentou.

Segundo a mulher, a família temia pela segurança dele devido ao perigo da profissão escolhida pelo jovem. “Tínhamos medo que algo ruim acontecesse. Orávamos todos os dias”, diz.

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Familiares dão o último adeus ao soldado, morto em Ribeirão das Neves (Foto: Wesley Rodrigues/Hoje em Dia) Criado pela avó, o jovem sempre sonhou em seguir carreira militar. Assim que completou 18 anos serviu ao Exército por um ano e depois fez a prova para o concurso da Polícia.

A auxiliar administrativo Cristiane de Souza era amiga de infância do soldado e, em 2009, eles chegaram a fazer cursinho preparatório juntos para o concurso. “Não passei, mas ele sim. Era o sonho dele ter essa profissão”, destacou.

Revoltadas, eles pedem justiça. “Queremos que quem fez isso com ele pague pelo crime”, disse Cristiane. “Precisamos rever a segurança no nosso país, porque militares morrem com frequência. Qual é a solução?”, questionou a tia do jovem.   Assassinato   O PM foi morto a tiros na madrugada de terça-feira (11) em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O militar foi atingido na cabeça e no peito. Uma das hipóteses é de que a vítima tenha reagido a uma tentativa de assalto. Conforme a corporação, a pistola calibre .380 do policial foi roubada. Outros pertences, como o automóvel do soldado, contudo, não foram levados pelos bandidos.   Militares do Corpo de Bombeiros resgataram a vítima e levaram até a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Justinópolis. Em seguida, o policial foi transferido de helicóptero para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.   Equipes do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa seguem investigando o crime. De acordo com a Polícia Civil, os agentes estão em diligências e nenhuma linha foi descartada. As informações mais detalhadas ainda não foram divulgadas para não atrapalhar as investigações.

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