Crianças obesas superam desnutridas em programa social

Renata Miranda - Hoje em Dia
13/05/2013 às 06:49.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:37

Balanças que um dia pesaram somente meninos e meninas desnutridos servem, hoje, para dar o alerta sobre a obesidade infantil em Muriaé, na Zona da Mata.

A mudança nos hábitos alimentares e o sedentarismo transformaram o público-alvo da Pastoral da Criança e fizeram dos pequenos com excesso de gordura corporal a maioria: no universo de menores atendidos pelo programa, eles superam em 31% os colegas com peso abaixo do ideal ou consumo insuficiente de vitaminas.

Situação cada vez mais comum no Estado, onde um em cada cinco mineirinhos de até 10 anos tem sobrepeso, segundo a Secretaria de Saúde (SES).

O cenário levou a pastoral a escolher Minas para implementar um projeto já desenvolvido em Santa Catarina. No Sul do país, os voluntários usam notebooks e um software específico para avaliar o estado nutricional e a evolução da criança. Peso, altura e idade são levados em consideração para traçar a “estratégia” para reverter o quadro.


Instrumentos

Coordenadora de uma das regionais da pastoral, Maria Imaculada dos Santos diz que o novo perfil da meninada exigiu adaptações até nas “ferramentas” de trabalho do grupo.

As balanças antigas suportavam até 25 quilos. Agora, tiveram a capacidade aumentada para 31 quilos e se tornaram instrumentos essenciais na redução do peso de quem tem até 6 anos.

“Nossas crianças estão bem gordinhas. As mães acham mais fácil comprar o biscoito com cheiro de queijo estragado e refrigerante do que plantar uma horta no fundo de casa”, diz Maria Imaculada.

O aumento da renda – graças, inclusive, a programas assistenciais – ajudou a mudar, infelizmente para pior, a dieta nos lares. “A gente percebe que isso ficou mais grave após o Bolsa Família”, afirma.

O resultado é visto em crianças como um menino de 1 ano e meio que, com 20 quilos, perdeu a mobilidade.

“Ficou até feinho de tão gordo. Foi com muito sacrifício e após várias tentativas que conseguimos convencer a mãe a dar mais verduras para ele”, diz a responsável pela pastoral em Muriaé, Maria de Lourdes Azevedo Campos. “O garoto perdeu um pouco de peso. Mesmo assim, ainda está na faixa de obesidade”.

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