Crise hídrica põe Rio das Velhas em estado de alerta; desabastecimento é descartado

Anderson Rocha e Mariana Durães
horizontes@hojeemdia.com.br
17/08/2017 às 06:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:06
 (Wesley Rodrigues/Arquivo Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues/Arquivo Hoje em Dia)

A bacia do Rio das Velhas, responsável por 40% do abastecimento de BH e região metropolitana, está em estado de alerta devido à baixa vazão pluviométrica. Para evitar que a situação piore, medidas foram anunciadas pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH), em parceria com a Copasa, Cemig, Vale e AngloGold. 

As ações buscam manter vazão de pelo menos 9 m³ e trabalhar a revitalização do curso d’água, já que a grave crise hídrica que atinge a bacia é causada não apenas pela pouca chuva, mas também pelo uso inadequado do solo e poluição das águas. 

“Eu diria que esses últimos quatro anos têm sido os piores. Se não revertermos o quadro, teremos rios mais secos. Isso cria uma insegurança hídrica no médio e longo prazos”, afirmou o presidente do CBH Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano.

Ações

Segundo a entidade, a Copasa irá diminuir em 15% a captação em Bela Fama (Nova Lima), passando de 6,5 para 5,5 m³/s. A Cemig se comprometeu a aumentar a vazão da represa de Acuruí (Itabirito), o que deverá contribuir para liberar mais água para o Velhas.

Já a Vale não realizará captação da Mina de Fábrica, no córrego Mata Porcos, também em Itabirito, de agosto a novembro. A empresa informou, ainda, que a captação no rio Itabirito, que atende à unidade Vargem Grande, será reduzida em 50% no mesmo período e que “essa redução é superior aos 30% solicitados pelo Convazão (grupo criado para acompanhar a situação do Velhas)”. 

A AngloGold manterá uma vazão de 2 m³/s no sistema Rio do Peixe.

Histórico

Dados da Copasa mostram que, na primeira semana de agosto, o rio teve uma média de vazão menor do que o índice mais baixo repetido por sete dias consecutivos na última década. 

Por enquanto, o estado é de alerta na capital e Grande BH, mas em Santo Hipólito, na região Central de Minas, a situação está mais crítica. Por lá, foi anunciada a restrição de uso do recurso, já que a vazão está em 70% do índice.

A Copasa, porém, garante não haver risco de desabastecimento. As cidades que dependem exclusivamente do Velhas serão priorizadas. As demais passam a ser abastecidas com o aumento da produção de água tratada do Sistema Rio Paraopeba.

Além da região metropolitana, a baixa vazão atinge todos os 780 quilômetros do Rio das Velhas. A bacia abrange 51 cidades e uma população de 4,5 milhões de pessoas.

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