Cuidado além da estética: aparência das unhas diz muito sobre a saúde do corpo

Da Redação*
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18/10/2020 às 16:20.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:49
 (Pexels/Divulgação)

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Para grande parte da clientela – e talvez até mesmo para as manicures –, manter as unhas cuidadas é uma questão estética, mas a verdade é que o estado geral delas fala sobre a nossa saúde. Indica, por exemplo, cerca de 10% das doenças relacionadas à pele e sinais de que faltam no organismo nutrientes fundamentais, como vitamina B12, ácido fólico, ferro, além de “dedurar” deficiência hormonal, doenças no fígado ou nos rins. Pexels/Divulgação 

As unhas podem indicar cerca de 10% das doenças relacionadas à pele, além da falta de nutrientes no organismo

Mas como? Quando estão, por exemplo, quebradiças, opacas e/ou com coloração diferente. O que pode ser também indício de que algo não vai bem no funcionamento da tireóide, glândula responsável pela produção de hormônios reguladores do organismo. Em desequilíbrio, pode resultar até mesmo em transtornos como insônia, ansiedade e depressão.

Entre as possíveis causas para o enfraquecimento das unhas, a primeira a ser observada é a deficiência de vitaminas, em especial da vitamina D. A falta dela causa outro problema, ao comprometer a absorção de cálcio pelo organismo, o que, por sua vez, impacta na saúde dos ossos, podendo, em grau maior, levar à osteoporose. Unhas ressecadas, que quebram com facilidade e descamam indicam a deficiência de proteínas e cálcio, além de falta de vitamina A. 

Segundo a nutricionista Maria Eduarda Diniz, a anemia é também uma das doenças cujos primeiros sinais podem ser delatados pelas unhas. Caracterizada pela deficiência na concentração de hemoglobinas ou produção de hemácias (há mais de um tipo) pode surgir com a carência na ingestão de ferro causada pela deficiência de vitaminas C, A, E, além de complexo B e zinco. Acomete 30% da população mundial. 

Os micronutrientes, as vitaminas A, C, E, as do complexo B (como biotina e B12), além de ácido fólico, zinco, magnésio e o cálcio são de extrema importância para a formação das unhas. Promovem crescimento celular e auxiliam no metabolismo dos aminoácidos que produzem as proteínas, essencial para o crescimento delas. Já o selênio - mineral encontrado em alimentos como castanha-do-pará, trigo, arroz, gema de ovo, sementes de girassol e frango - é fundamental na ação antioxidante, que neutraliza os radicais livres e evita a descoloração delas.

 Alimente-se bem

Unhas pálidas podem ser sinal dessa deficiência e aí é bom providenciar uma alimentação rica em feijão branco, cenoura, tomate, beterraba, mamão e abóbora. Um bom prato de salada com azeite extra virgem é boa fonte de vitamina E.

Unhas com pigmentação azulada ou preta podem indicar anemia megaloblástica, resultado da deficiência de vitamina B12.

“Os nutrientes mais relacionados com a saúde das nossas unhas são as vitaminas do complexo B, as vitaminas lipossolúveis e minerais como ferro cobre, selênio e zinco”, afirma a doutora em ciência de alimentos e coordenadora do curso de nutrição das Faculdades Kennedy, Natália Teixeira.

A nutricionista reforça que o aspecto estético depende diretamente do cuidado nutricional com o organismo. “Diversos problemas podem aparecer quando não se tem uma alimentação adequada, quando a nossa nutrição não está equilibrada e, portanto, não vai contribuir para a estética das nossas unhas. Entre as queixas mais frequentes estão as alterações da textura das unhas, como por exemplo as ondulações”, observa Natália. “Tem também alterações da espessura que fazem com que a unha fique muito fina, frágil e quebradiça”, pontua a profissional.

Barreiras de proteção

A enfermeira e técnica em manicure pelo Senac Dianna Oliveira, de 35 anos, cuida de sua clientela há 16 anos. A nail artist (profissional que apara, dá forma, cuida e pinta unhas de forma artística), conta que com a experiência adquirida consegue identificar com facilidade algumas alterações nas unhas e indicar a necessidade de consulta médica para diagnóstico e tratamento adequados. 

“Alguns microrganismos se alojam debaixo das unhas e são os responsáveis pelo surgimento de fungos capazes de influenciar na queda e descola. Estão presentes principalmente nos lugares mais úmidos, como saunas, piscinas, banheiros, sapatos apertados e mal higienizados e com pouca ou quase nenhuma ventilação”, alerta, explicando que o cuidado nesses locais deve ser maior ainda entre as pessoas com pequenos cortes ou ranhuras na pele ou que tiveram as cutículas removidas de forma excessiva.

“Isso deixa a raiz das unhas exposta. Ideal é não retirar cutículas com alicate, mas optar por cosméticos redutores, que vão deixá-las menos visíveis. Cutículas são as barreiras de proteção contra esses fungos e bactérias”, ensina.

Outras dicas são: secar bem os pés entre os dedos após o banho; não utilizar o mesmo sapato por dois ou mais dias consecutivos; colocar os calçados ao sol para secar e eliminar os microrganismos que geram os fungos; usar chinelos ao tomar banho. Na dúvida, procure um dermatologista.

(*) Colaboraram Érika Naciva, Jeozadaque Magdiel, Joelson Leal e Rhaíssa Oliveira, alunos do curso de Jornalismo das Faculdades Promove. Conteúdo trabalhado na disciplina Laboratório de Produção em Jornalismo, sob orientação do professor Ricardo Frei
 

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